Antes mesmo de iniciar a leitura deste artigo, quero deixar claro que este é um manifesto pessoal e parcial. Quanto ao tema em questão, não usarei de meias palavras nem ficarei “em cima do muro”. Se você tem filhos em idade escolar ou milita na área da educação ou família, por exemplo, com certeza já ouviu falar na expressão “Ideologia de Gênero”. Para início de conversa, preciso definir o que isto significa. Trata-se, na prática, de um conceito ideológico que tenta anular as diferenças e aptidões naturais de cada sexo, ou seja, a negação da natureza humana masculina e feminina. Não há, segundo tais ideólogos, um homem natural nem uma mulher natural. Masculinidade e feminilidade são meras construções sociais que podem (e devem) ser desconstruídas.
A ideologia de gênero afirma que as pessoas não nascem homem ou mulher, mas que constroem sua própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo de sua vida. O gênero, portanto, que as pessoas costumam confundir com o sexo, é imposto às crianças pela educação e pela sociedade, mas as pessoas deveriam aprender, em vez disso, a libertarem-se da sexualidade que lhes foi imposta e construírem sua própria identidade de gênero. A ideologia de gênero afirma que ser homem, mulher, homossexual, travesti, ou os muitos outros gêneros que existem ou podem ser criados, são papéis que cada um deve aprender a representar conforme quiser, sem se sentir aprisionado ao que erroneamente pensamos que seja o nosso sexo. Assim, as crianças na escola devem aprender todas as formas de sexualidade e desempenhar os vários papéis de gênero para que possam escolher livremente o seu ou mesmo mudar, conforme a ocasião, a identidade de gênero que quiserem adotar.
Segundo estudiosos no assunto, esta temática foi inicialmente exposta no último livro escrito por Karl Marx, intitulado “A Origem da Família, da Propriedade e do Estado “, finalizado por Friedrich Engels. Foi a doutrina marxista que trouxe inicialmente a noção de que a primeira de todas as opressões é constituída pela própria família, e que, sem a abolição da família, não poderia ser levada adiante a revolução comunista.
Após a revolução russa de 1917, Lenin tentou, sem sucesso, abolir a família da sociedade soviética, através de medidas legislativas. Mas, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, o movimento marxista já havia entendido que a família não poderia ser abolida por decreto. Seria necessário, em vez disso, uma revolução sexual. A estratégia correta surgiu nos anos 90, quando a filósofa e feminista americana Judith Butler publicou o livro “O Problema do Gênero”, onde afirmou que “não são as leis que oprimem a mulher, mas o próprio papel que ela desempenha, subordinado, dentro de uma família patriarcal, ao papel supostamente superior do gênero masculino”.
Seguindo modelos adotados em alguns países, há um esforço do atual Governo em introduzir a ideologia de gênero no sistema escolar brasileiro. O Plano Nacional de Direitos Humanos, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, foi assinado, pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, através do Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009. O Plano afirma claramente que as políticas de gênero devem ter como base a “desconstrução da heteronormatividade”. Estabelece que o Governo deverá “DESENVOLVER POLÍTICAS AFIRMATIVAS E DE PROMOÇÃO DE UMA CULTURA DE RESPEITO À LIVRE ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO, FAVORECENDO A VISIBILIDADE E O RECONHECIMENTO SOCIAL, COM BASE NA DESCONSTRUÇÃO DA HETERONORMATIVIDADE”.
Em 2014, o Ministério da Educação tentou introduzir, sem sucesso, a ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação. O Congresso Nacional vetou. Este ano, o Ministério da Educação voltou à carga, e agora está tentando reintroduzir o tema, para debate e votação, nos Estados e Municípios.
Você que está lendo este artigo, percebe o perigo que estamos correndo? Ou seja, se essas mudanças forem implementadas, haverá, a médio e longo prazo, a desconstrução da família tradicional heterosexual, que, segundo os ideólogos de gênero, escraviza as mulheres e é o primeiro fundamento de todas as demais formas de opressão social. Ao se destruir a família, conforme o plano original de Deus, destrói-se toda uma sociedade. O que mais me preocupa é que a grande maioria da população brasileira ignora completamente este assunto. E aí está o grande perigo. Temas de grande relevância e implicação para a sociedade, estão sendo debatidos e decididos, quase que à portas fechadas. E as nossas crianças estão se tornando as principais vítimas dessas mudanças.
E agora, o que fazer? Há muitos segmentos da sociedade manifestando-se contrariamente à proposta da ideologia de gênero. Cristãos, católicos e evangélicos, e integrantes de outras religiões estão unidos nesta batalha. A própria Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através de carta assinada por Dom Leonardo Steiner, secretário geral da Conferência Episcopal, enviada a todos os bispos do Brasil, pede que a Igreja Católica contate com urgência os vereadores que estão votando ou virão brevemente votar os planos municipais de educação.
O colunista de Veja, Rodrigo Constantino, manifestou-se contrário ao tema, quando escreveu um artigo chamado: “O perigo da ideologia de gênero nas escolas” e assim concluiu seu pensamento: “Não podemos deixar que o Estado tente definir o que é melhor para os nossos filhos em matéria de educação. É tarefa e direito dos próprios pais definir como esse tema será abordado e tratado nas famílias. Se os Planos Municipais de Educação forem aprovados tal como estão sendo propostos, os pais e mães brasileiros se tornarão reféns das agendas defendidas pelo governo, que, como já vimos anteriormente e como já ocorre em diversos lugares do país, distribui materiais “didáticos” que visam corromper precocemente as crianças brasileiras.”
Vários líderes evangélicos já se manifestaram sobre este assunto. Precisamos também expressar o nosso posicionamento contrário à ideologia de gênero. Busque se aprofundar neste e em outros assuntos afins, como a descriminalização do aborto, a legalização da eutanásia, a liberação da pedofilia e da prostituição infantil, a legalização do uso de drogas, etc. Converse com sua família e com seus amigos. Alerte aos vereadores e deputados do seu município e estado. Hoje, mais do que nunca, precisamos deixar a omissão de lado e exigir, daqueles que nós elegemos, que defendam nossas crianças, a família e toda a sociedade.
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