Pai e filhos envolvidos no roubo de milhões de dólares de uma empresa ligada a Petrobras.
Segundo a mídia informou nas últimas semanas pai e filhos se uniram para surrupiar mais de 75 milhões de reais.
É triste ver toda uma família envolvida em algo sujo, vergonhoso e pecaminoso.
Muitas vezes falando para as famílias, sempre ressalto a importância de se cultivar a cumplicidade no ambiente familiar, desde que esta cumplicidade é para o bem comum, para as coisas aprovadas por Deus e que glorificam o nome de Jesus e reforça o bom nome do cristão.
Os pais não podem, de forma alguma, exigir que os filhos se envolvam coisas escusas.
Se um filho, por exemplo, recebe a proposta de um pai para fazer algo errado, este filho, especialmente se é cristão, tem toda a autoridade de dizer “não” e confrontar o pai chamando-lhe à responsabilidade de ser fazer as coisas certas.
Ananias e Safira podem servir de exemplo para este meu pensamento.
A história está narrada em Atos (Atos 5).
Ananias e Safira arquitetaram um plano para fraudar a igreja primitiva. A iniciativa foi de Ananias, mas sua mulher, Safira, ao ficar sabendo poderia, com toda autoridade, confrontar o marido dizendo, por exemplo: “Isto que você está fazendo é errado, contraria o coração de Deus e é uma mentira. Se você quiser levar a cabo seu plano, que vá sozinho, mas não conte comigo”.
A história termina nos informando que os dois foram mortos de forma fulminante perante toda a igreja.
Ananias e Safira entraram para a história da igreja cristã como o casal que usou a cumplicidade para o mal, para fazer algo errado.
Na família muitas vezes alguém pode ter uma falha no caráter e comprometer a todos. Mas, se queremos manter a integridade familiar é preciso que alguém da própria família confronte o transgressor e o chame à razão.
Se insistir no erro, que este pague isoladamente pela transgressão.
A Bíblia diz que filhos devem ser submissos aos pais (Ef 6.1). O mesmo diz em relação às esposas, (Ef 5.22) mas somente em coisas que não contrariam os princípios cristãos, a vontade de Deus registrada em Sua Palavra.
Vivemos dias difíceis na economia, é verdade. O desejo de ganhar dinheiro para proporcionar tranquilidade à família é enorme, mas de forma alguma, podemos abrir brechas na nossa conduta ético-cristã para ganhar dinheiro.
O nome da família não pode entrar na história por atos ilícitos, sejam eles que envolvam pequenas ou grandes somas de dinheiro.
No caso da família que a mídia noticia o valor é elevadíssimo. Como poderia ser um valor pequeno. O que importa é o princípio ético quebrado, a nação lesada.
Dinheiro que poderia ser aplicado na própria empresa para novos investimentos, gerando empregos e beneficiando milhares de famílias.
Que os pais cristãos sejam exemplos positivos para os filhos e os tenham perto de si para o bem comum e para a glorificação do nome de Jesus.
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Gilson Bifano
Escritor, palestrante e Coach na área de família, criação de filhos e vida conjugal.
gilsonbifano@ministeriooikos.org.br