Existe um pensamento bem interessante que diz: “antes de casar-se, abra bem os olhos. Depois de se casar, feche-os bem”.
Mas o problema é que, antes de se casar, os noivos estão tão cegos pela paixão que não conseguem manter os olhos abertos a toda hora. E depois do casamento, não conseguem fechá-los adequadamente.
Talvez o leitor conheça os contos de fadas “o sapo príncipe” e “a gata borralheira”.
Pois é, acontece mais ou menos isso no casamento.
Mais cedo ou mais tarde, príncipes viram sapos e princesas viram gatas borralheiras.
Por que muitos casamentos naufragam? Porque a princesa nunca imaginaria que aquele moço romântico, afeiçoado e lindo viraria um sapo e por sua vez, o príncipe se decepciona quando a carruagem vira abóbora e o “feitiço” se desfaz.
Após a lua-de-mel, quando o novo casal volta para a casa, ela começa conhecer ver um pouco de sapo nele e ele um pouco de gata borralheira nela.
Um começa a ver que o outro é humano, não mais aquele príncipe ou princesa que todos admiravam.
O sapo e a gata borralheira começam a aparece, por exemplo, quando aquelas coisas que nunca foram vistas antes do casamento começam a ser visíveis.
São os primeiros choques do casamento, como afirma Judith Viorst, em seu livro Casamento para toda vida, (Editora Melhoramentos).
Escreve Viorst: “Passamos a conhecer o outro , quando começamos e ver seus irritantes hábitos, em dúzias de afazeres da vida em comum. Tal como ele não fechar as gavetas do armário da cozinha e os potes da cozinha. Tal como repor o papel higiênico quando ele termina o rolo. Tal como deixar o tanque sem uma maldita gota de combustível quando ela usa o carro”.
Uma vez um marido perguntou à sua esposa o que lhe mais a irritava na convivência diária do casamento. A esposa disse: “o que mais me irrita é encontrar de vez em quando fio dental usado pela casa”.
(Não sei porque lembrei-me agora daquela música do Roberto Carlos que diz “esse cara sou eu”).
Pois é, acho até que o parágrafo escrito por Viorst é bem ameno.
O que dizer do marido que descobriu que a esposa não trocava os lençóis entre a estadia de um hóspede e a de outro?
E da esposa que descobriu que o marido não tinha o hábito de escovar os dentes com frequência e tomar banho todos os dias?
E então, o que fazer com esse sapo que está ai ao seu lado e com sua gata borralheira?
Abrir a porta e jogar na lagoa novamente? Não ir de encontro à Cinderela que um dia você conheceu?
Terminar o casamento e buscar um outro príncipe e outra Cinderela e depois de alguns dias de casado saber que vai encontrar outro sapo, talvez mais feio ainda, e outra gata borralheira?
Ficar a vida toda com esse sapo e essa gata borralheira reclamando sem parar.
Deixa-me dar alguns conselhos:
Todos os dias você vai ver no seu cônjuge um sapo e uma gata borralheira. Mas também poderá ver, todos os dias, aquele príncipe e aquela Cinderela.
Você que é um sapo, tente se lembrar quando era um príncipe para sua princesa e tente vestir todos os dias aquela roupa de príncipe para ela.
Você, esposa, faça o mesmo. Quando sentir que está se aproximando uma meia noite no seu relacionamento conjugal, tente evitar que a carruagem vire abóbora.
Casamentos felizes são construídos com paciência e tolerância, quando percebe que um sapo ou uma gata borralheira está ao seu lado. E também, de esforços, atos intencionais para ser sempre para ela aquele príncipe que você prometeu ser. E ser aquela Cinderela que um dia ele a conheceu e se apaixonou.
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Por: Gilson Bifano:
Escritor e palestrante na área de casamento e família. Diretor do Ministério OIKOS – Ministério Cristão de Apoio à Família.
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