Palmas para Deltan Dallagnol

deltanDeltan Dallagnol, procurador da República, comunicou recentemente à sociedade brasileira a sua decisão de deixar o comando da operação Lava Jato.

Segundo comunicado do próprio Dallagnol, a saída do comando da operação se deu por questões familiares. Deltan e sua esposa vão acompanhar a filha em um tratamento médico.

Dallagnol, com essa decisão, transmite uma mensagem importante: a família é a nossa missão mais importante que temos na vida e priorizá-la requer determinação e ação concreta de nossa parte.

Dallagnol poderia, com certeza, ter optado por continuar na Lava Jato, pois a tarefa de combate a corrupção é nobre, relevante e necessária.

Ao continuar na Lava Jato, Dallagnol estaria sob os holofotes da mídia e conquistando o aplauso daqueles que desejam um Brasil melhor sem a nódoa do desvio do dinheiro público.

Mas, Deltan escolheu sair de cena e se dedicar, ao lado de sua esposa, da caminhada familiar em busca do diagnóstico e tratamento adequado da enfermidade de sua filhinha.

Deltan não vai dar mais entrevista. Talvez o número de seguidores da sua conta no Twitter despencará de forma abrupta, mas nada disso importou para o jovem pai que não deixou essa tarefa somente para sua esposa dar conta.

Daqui alguns anos, sua filha, já adolescente ou jovem, ao conhecer a história do seu pai vai saber que ele deixou um cargo de grande visibilidade pública para se dedicar ao seu tratamento, quando a doença deu os primeiros sinais.

Há muito tempo eu li um livro escrito por um político brasileiro.

Nesse livro ele narrava suas andanças pelo Brasil para organizar um partido político. No final do livro, esse autor disse que se orgulhava de tudo que fizera para organizar esse partido, mas sua única tristeza foi ter sacrificado a vida em família.

Disse ele que nos momentos mais importantes da vida dos seus filhos, como aniversários, competições e apresentações escolares ele não estava presente.

Por toda a sua vida, quem levou os filhos aos médicos tinha sido sua esposa.

Nas reuniões de pais e mestres, na escola, era também sua esposa a se fazer presente.

Conta-se que um homem muito rico no final de sua vida percebeu o quanto de dinheiro e bens havia acumulado, mas perdera seus filhos para as drogas e dois casamentos terminados. Numa conversa com um amigo disse: “Só agora no final da minha vida, contemplando todas as minhas conquistas financeiras e perdas familiares, percebo que durante a minha caminhada tomei a decisão de colocar a escada da vida na parede errada”.

Dallagnol, ao tomar a decisão de deixar a Lava Jato e se dedicar à sua família, decidiu colocar a escada da vida na parede certa.

Deltan Dallagnol ilustrou, com sua decisão, uma famosa frase de Steven Covey quando esse afirmou, em um dos seus livros: ““Se de fato considerar o item ‘família’ como sua prioridade máxima, você tem de ‘ir à luta’ e provar com as suas ações”.

Se Deltan Dallagnol já ajudou muito o Brasil, pelo seu empenho ao combate à corrupção, agora deu uma outra grande contribuição: mostrar para a sociedade que a família é prioridade em sua vida e a ela se dedicará com mais atenção nesses próximos anos.

Palmas para Deltan Dallagnol!

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Por: Gilson Bifano
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