Receber um convite de casamento hoje é algo que nos leva a fazer a seguinte pergunta: “Estou recebendo um convite para participar de um show ou de uma cerimônia religiosa?”.
Muitas cerimônias de casamentos, inclusive no meio evangélico, têm-se transformado num verdadeiro show.
O jornal A Folha de São Paulo, numa de suas edições há anos atrás,, trouxe uma reportagem detalhando os sonhos das noivas para a cerimônia de casamento. Uma das entrevistadas sonhava em chegar na igreja de helicóptero.
Outra desejava ser recebida com guitarra. Uma das entrevistadas desejava realizar a cerimônia numa fazenda, onde ela é quem chegaria de cavalo. (Só faltou dizer que seria num cavalo alado!). Numa das revistas evangélicas soube que no casamento de um cantor famoso da música gospel, a noiva chegou no ambiente da cerimônia num elevador subterrâneo em meio à “fumaça” de gelo seco.
Num dia desses li uma reportagem que existe uma empresa que realiza os mais variados sonhos dos seus clientes. Um deles está é a possibilidade de realizar a cerimônia de casamento no fundo do mar!
Cerimônia de casamento, principalmente de crentes, não é lugar para dar vazão à fantasia.
Deve ser um momento em que os noivos realizam um ato instituído por Deus e não deve ser transformado em espetáculo, de show pirotécnico até diria, circense. Isso sem falar na postura de alguns fotógrafos e cinegrafistas. Muitos deles quase dizem para o pastor o que deve e o que não deve ser feito. Tornam-se os donos do espaço do celebrante. Um absurdo!
Numa cerimônia de casamento há de estar presente o espírito de culto, de adoração, de súplica das bênçãos divinas, de honra à instituição sagrada do matrimônio e de evangelização. Com isso, não quero dizer que não deva existir beleza. Mas o que não posso concordar é com a extravagância do evento.
Na última cerimônia de que participei saí louvando a Deus. Louvei a Deus porque vi um pastor pregando um sermão onde parecia um aconselhamento de pai para filho. Havia ternura em suas palavras. No final de sua mensagem procurou ministrar às famílias ali presentes. As músicas foram tocadas de forma que nos enlevava espiritualmente e não para uma cena de filme de hollywood. Teve recepção? Sim, mas de forma equilibrada e sem exageros.
Ao invés de sonhar com uma cerimônia de casamento luxuriante, os noivos deveriam sonhar e pedir a Deus um cônjuge que cumprisse com os votos conjugais, que honrasse a instituição do matrimonio, que fosse um marido ou uma esposa segundo os desejos de Deus e cumpridores dos deveres conjugais conforme os relatos de Efésios 5.22-33; Colossenses 3.18;19 e de 1 Pedro 3.1-7 e que encarasse o casamento como uma união indissolúvel.
Se a pompa numa cerimônia de casamento ajudasse alguma coisa, o matrimonio da princesa Diane com o príncipe Charles, há muitos anos, teria sido um sucesso.
Se queremos honrar o casamento (Hb 13.4), devemos fazer da cerimônia, do seu início, um lugar onde Deus esteja presente e não um evento meramente humano.
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Por: Gilson Bifano
Uma resposta
Sábias palavras!