Cinco argumentos contra o aborto

Entra ano, sai ano, a sanha abortista volta a fazer barulho. Com a aproximação do dia internacional da mulher, grupos se aproveitam para disseminar sua agenda letal em toda rede social. Textos falaciosos e argumentos enviesados se espalham por todos os cantos, muitas vezes sem um contraponto efetivo.

Infelizmente, como falta difusão de informações e formação adequada, meninas acabam embarcado neste discurso, ignorando o quão nocivo é o aborto, até mesmo para a saúde feminina.

Por isso, para propagar os argumentos lógicos que espantam a falácia e o sofisma abortista, é que ordenei 5 argumentos definitivos para encerrar e vencer um debate contra eles. É bem provável que eles não se convençam, porque a racionalidade não os interessa, mas não podemos abandonar àqueles que procuram respostas. Portanto, vamos a elas.

1. O argumento da vida humana

“Não é vida humana, é só um amontoado de células”. Tudo é questão do que se pode provar. Aonde se inicia a vida humana? Em geral, um pró-vida crê que seja no momento da concepção, enquanto o abortista aposta em prazos mais longos, como após três meses de gestação. Ambas as perspectivas, e também algumas outras, possuem amparo científico. Isto é, não há um consenso indiscutível de em que momento se inicia a vida humana. Contudo, há um consenso científico que ANTES da concepção há vida, mas não humana.

Levando isso em conta, a única margem segura para que qualquer interrupção não seja POSSIVELMENTE um assassinato, é ANTES da concepção. Após, PODE SER um assassinato, e NINGUÉM pôde, até então, provar o contrário.

Deste modo, é absurdo requisitar que se permita, legalmente, o aborto. Se a vida humana é inegociável e tirá-la é inaceitável, o aborto em QUALQUER MOMENTO após a concepção não pode ser autorizado por se tratar de um assassinato em potencial. Autorizar o aborto após a concepção seria o Estado, sem qualquer evidência conclusiva, aceitar que se cometa algo que, a se verificar com o avanço científico, pode ser um verdadeiro genocídio. Não há base lógica alguma nisso.

Este argumento deveria bastar, mas talvez o abortista não considere a vida humana tão inegociável assim. Neste caso o ideal seria denunciá-lo e cessar o debate imediatamente, por partirem de premissas distintas, entretanto é possível que seja necessário prosseguir o debate, de modo que me obrigo a partir para o segundo argumento.

2. O argumento bioético

“Mas se nascer, vai viver sob quais condições?” Sob as que construir ao longo da vida que lhe for proporcionada. Século passado o líder nazista Adolf Hitler adotou estudos eugênicos para embasar grande parte das atrocidades que cometeu contra a humanidade. Acreditando na superioridade racial de brancos arianos, característica majoritária entre o povo alemão, justificou o massacre de judeus e outros povos inferiores como modo de alcançar um modelo ideal de homem. A eugenia atribuía, por exemplo, a criminalidade à miscigenação. A segunda guerra mundial só foi possível porque Hitler acreditou que o valor da vida humana era inferior ao valor da humanidade ideal que almejava. Valia a pena matar para alcançar um mundo melhor.

Joseph Stalin, por sua vez, pensava o mesmo que o líder nazista, mas partindo de outros ideais. Para o líder comunista da União Soviética, o Estado socialista, comandado pela ditadura do proletariado, era o primeiro passo para uma sociedade igualitária e livre de explorações e propriedades. Assim como Hitler, Stalin matou milhões de pessoas em busca de um mundo melhor, ignorando a eugenia para levar em conta o materialismo histórico dialético, baseado nos escritos de Karl Marx e Engels, que anularam a figura de Deus e o sagrado da vida humana perante a utopia da sociedade perfeita.

Ambos achavam que a vida humana não era inegociável, e que matar uma vida humana em prol de um projeto teoricamente bem intencionado, justifica-se.

Neste argumento, não é possível convencer um abortista que adote qualquer uma dessas visões deliberadamente. A única resposta possível é o mais completo e absoluto desprezo. Contudo muita gente reproduz ideias muito parecidas por ignorância, e a estas é preciso deixar bem clara a relação entre o que dizem, e o que estes dois sanguinários disseram, e fizeram.

É o caso, por exemplo, daqueles que argumentam favorável ao aborto, apontando problemas e mazelas sociais. A mãe sem recursos financeiros; abandonada pelo pai; sem teto; sem fonte de alimentação; dependente química; etc, etc. São inúmeros os argumentos nesse sentido.

Todas, sem exceção, são críticas válidas ao estado de coisas em que vivemos. Realmente esses problemas existem e precisam ser resolvidos. Pessoalmente, considero todas essas mazelas de fundo moral, mas isso é outra história. Acontece que NENHUM desses argumentos justifica o POSSÍVEL assassinato de uma vida humana para “preservá-la” de algo. Histórias de redenção nas mais adversas condições são incontáveis.

Se o abortista tiver consciência que a vida humana é inegociável, basta apontar estes fatos para que ele não volte a repetir argumentos tão nefastos, sem perceber o quanto se assemelha a ideias repugnantes que nos deram uma pilha de corpos no século passado. Ainda assim, é possível que reste algumas dúvidas, e é por isso que partimos ao item

3. O argumento do corpo

“Mas se temos a propriedade do nosso corpo, somos obrigadas a carregar nele algo que não queremos?”. É terrível ter de responder uma questão que presuma uma mãe que rejeita o filho, mas, como o mundo não é (e nunca será) perfeito, compreendo haver muitas coisas tristes que antecedem este ponto lamentável. Portanto, por mais doloroso que seja, isso acontece, e é preciso a hipótese seja contemplada.

Neste ponto, há duas perspectivas: uma que aceita que possa haver concepção indesejada (além dos óbvios casos de estupro) e outra que rejeita, reivindicando que em praticamente todas as concepções há a anuência implícita à concepção. Ambas negam o aborto. Vamos as duas, pela ordem.

Na concepção indesejada, temos o caso de uma mulher que manteve relações sexuais sem o desejo de engravidar. Ela estava ciente da possibilidade, mas não tem interesse em manter uma gestação. Como o corpo é dela, é legítimo que aborte, expulsando algo indesejável de dentro de seu corpo? Sob este prisma, em tese, a resposta seria sim. Se o corpo é propriedade da mulher e ela não quer carregar um bebê em seu ventre, pode expulsá-lo. Contudo, levando em conta o concluído no argumento 1, onde após a concepção a interrupção PODE SER um ASSASSINATO, e tendo em vista a consideração óbvia que nos leva a concluir que o ser indesejado POSSIVELMENTE — e supostamente, neste caso — é uma vida humana, com sua inegociabilidade tal qual a da mãe, chegamos ao entendimento que a mãe tem todo direito de interromper a gravidez, DESDE QUE este gesto não MATE a vida humana expulsada.

Até então, não tenho conhecimento de nenhuma máquina, aparelho ou estrutura que possibilite a manutenção da vida humana após a interrupção precoce da gravidez. O que nos leva a concluir, neste caso, que, em tese, a mãe poderia interromper a gravidez, desde que potencialmente não matasse o filho. Como isso ainda não é possível, qualquer gesto abortivo seria caracterizado como um atentado à vida do ser pós-concepção e, portanto, ainda que o corpo seja da mulher, este gesto não poderia ser permitido.

Na outra perspectiva, onde presumimos uma anuência implícita, temos a seguinte hipótese: A menos que a pessoa esteja comprovadamente alienada sobre como surgem os bebês, ela está consciente que, durante o ato sexual, há uma abertura para a possibilidade da fecundação do óvulo e da concepção. Ainda que seja utilizada camisinha, ou outro método contraceptivo, nenhum deles possui 100% de confiabilidade e isto é notório; ou seja, há uma anuência implícita à possibilidade, mesmo que essa anuência à possibilidade seja de apenas 0,00001%.

Portanto, seja qual for seu entendimento, ou a leitura de seu opositor no debate, não há, sob o ponto de vista do corpo, nenhuma justificativa realmente válida e lógica que justifique a legalização do aborto.

No entanto, mesmo chegando a este ponto e sabendo de todos os fatos expostos acima, seu adversário pode lembrar da ineficácia do combate a este crime, e é aí que partimos para o quarto argumento, entrando nos últimos dois, os mais simples.

4. O argumento da criminalização

“Mas as mulheres continuarão a fazer aborto, só que ilegal”. Nessa linha, talvez seja uma boa legalizarmos o estupro e todos os demais crimes. A criminalização não ser efetiva em combater o aborto não é um fenômeno exclusivo deste crime. No Brasil, a criminalização não é efetiva em combater estupros, assaltos, tráfico, demais assassinatos e crimes em geral. Não é preciso usar muitos neurônios para perceber, e contrapor, o absurdo desta argumentação.

O aborto, assim como todos os crimes, tem sua segunda maior causa na impunidade, a primeira é a degradação moral. Se tivéssemos uma justiça rápida, eficiente e justa, que punisse efetivamente os crimes, de acordo com sua gravidade e circunstância, não teríamos tantos crimes no país. A certeza da impunidade é o maior propulsor do crime que temos, ao contrário do que alguns dizem, ao considerar a desigualdade social mais preponderante, quando este é apenas o terceiro fator.

Se o aborto PODE SER um assassinato e, por isso, é proibido; faz-se necessária uma fiscalização séria de clínicas clandestinas e de toda a rede pseudo-médica que lucra com esse ato hediondo.

É verdade que a criminalização não os impede, mas um rigor maior inibiria muitos casos e cessaria a facilitação gananciosa dos doutores açougueiros. O fim da impunidade salvaria muitas vidas.

A esta altura, sabendo que a ineficiência da criminalização é uma falácia sem precedente racional, e levando em conta a importância da punição, seu adversário poderá escorregar para a última hipótese, quando a mulher, sozinha e resoluta, decide abortar por conta própria, sem apoio algum, já que o cerco se fechou. Enfim, chegamos ao último argumento.

5. O argumento da saúde pública

“Aborto é caso de saúde pública”. Claro, sobretudo quando sabemos o quão mal faz às mulheres. Rememorando o primeiro argumento, podemos repetir que “tudo é questão do que se pode provar”. Há poucos estudos tão claros e amplamente documentos quanto os que dão conta dos malefícios físicos, psicológicos e emocionais do aborto na mulher.

Ainda que todos os itens anteriores fossem negados, e a mulher tivesse direito ao aborto, caso não desejasse a gravidez; mesmo assim elas teriam de lidar, após o ato, com todas as conseqüências nefastas que o aborto traz à saúde feminina.

Muitas vezes, o argumento da saúde pública, ignorando o sofrimento materno perante o aborto, alia-se ao item 2, levando em conta uma perspectiva de higiene social. Sem conseguir sanar problemas de saneamento básico, por exemplo, além de demais mazelas nas camadas mais pobres, o estimulo ao aborto passa a ser uma forma de controle de natalidade. Naturalmente, encontra-se aqui um problema de saúde pública junto a um problema social. Nada que justifique a flexibilização da vida humana, exceto para quem pensa como aqueles dois homens que vimos no mesmo item.

Tal como é impossível impedir ou monitorar um suicida resoluto, algumas mulheres, sob determinadas circunstâncias desesperadoras, continuarão a intentarem contra suas gravidezes e contra si mesmas, ainda que isoladas e sem amparo. Quem o faz, tem um grave problema que a perturba, sendo estes sociais, pessoais, físicos, psicológicos ou emocionais. Problema de saúde pública, ou problema, simplesmente, têm todas que recorrem a este fim para interromper uma gravidez.

Portanto militar pró-vida, não é apenas buscar salvar a vida do bebê. É também preservar e guardar a vida da mulher.

Espero que estes 5 argumentos possa te ajudar e que, através dele, você possa salvar 2 vidas que sejam.

Uma não é possível, porque ao impedir um aborto, são duas pessoas que sobrevivem.

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Por: Thomaz Henrique Barbosa
Extraído do site: http://obviousmag.org/

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