Os segredos das famílias eficazes – IV

Prosseguindo em nossas reflexões sobre os Sete Hábitos das Famílias Eficazes, conceito elaborado por Stephen Covey, vamos neste artigo falar sobre o quarto hábito que “vencer/vencer”.

O hábito “vencer/vencer” está em oposição ao “vencer/perder”.

No relacionamento familiar uma coisa que não falta são os conflitos. Os conflitos são inerentes, fazem parte de qualquer relação, especialmente na família.

Quando se fala em conflitos, não pensamos em briga, violência familiar, mas conflitos de pensamentos, ideias, preferências.

Um casamento, por exemplo, que não tem conflitos podemos considerar esse casamento como preocupante. Pois, num casamento, existem duas pessoas, homem e mulher, que pensam diferentes, podem ter preferências distintas e ideias próprias. Num casamento em que não conflitos, podemos pensar que um dos cônjuges não está dando espaço para o outro expressar suas opiniões, ideias e preferências.

Nesse tipo de relação, dentro do conceito elaborado por Stephen Covey, o hábito que domina não é “vencer/vencer”, mas “vencer/perder”.

No hábito “vencer/perder”, um domina o outro.

Vamos colocar isso em termos práticos. Num casamento onde o hábito não é “vencer/vencer”, quando o casal pensa em jantar fora, por exemplo, a escolha do restaurante é sempre de um cônjuge costumeiramente.

Mas, se o casal cultiva o hábito “vencer/vencer”, o diálogo está presente e há uma alternância na escolha do restaurante. Se ela gosta de massas e ele de churrasco, os restaurantes (de massas e churrascaria) se alternam nas escolhas ou ambos, de comum acordo, podem ir a um restaurante de comida mediterrânea.

Uma condição para vivenciar o quarto hábito é, sem dúvida, procurar compreender o outro e pensar, acima de tudo na própria relação.

Se um pai, por exemplo, compreende que seu filho pertence a uma outra geração e que seus gostos são típicos daquela geração, ele vai abrir mão dos seus gostos para agradar o filho e fortalecer assim a relação.

Mais uma vez vamos colocar em termos práticos.

Vamos pensar que a família está planejando almoçar fora. O pai gosta de carne, a mãe de comida italiana. Mas o filho, por ser de uma geração mais recente, gosta de sushi. Mas os pai nunca foram a um restaurante japonês. Como os pais desejam, de fato, cultivar o hábito “vencer/vencer”, vão, de bom grado, ao restaurante japonês e pedem ao filho dicas de pratos e procuram comer com hashi, aqueles dois palitinhos de madeira ou bambu usados para substituir o garfo e a faca.

Outra condição para o quarto hábito, é o acordo.

Se a família está num conflito sobre onde passar o natal, pode-se chegar a um acordo. Esse acordo, seria, por exemplo, intercalar as presenças nas festas natalinas. Um ano com a família dele e no outro ano, com a família dela.

Essa é a ideia do quarto hábito.

Onde podemos encontrar a ideia do quarto hábito na Bíblia. Eu penso que está lá em Amós 3.3, que diz: “Duas pessoas andarão juntas se não tiverem de acordo?”. Em Mateus 12.25, também diz: “Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá”.

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Pr. Gilson Bifano

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