Concílio de pastores

Nos últimos tempos estive em dois concílios de consagração de pastores. Acho que é um momento muito especial na vida do futuro pastor, da igreja e da denominação.

No último concílio de que participei, embora não tenha ficado todo o tempo, devido a um outro compromisso assumido para aquele mesmo dia, confesso que saí um pouco preocupado. Fiquei preocupado com o colega que estava sendo examinado e com a próprio concílio.

O examinador de teologia começou a dizer que tinha, num caderno, cerca de setecentas perguntas na área teológica. Uma das perguntas foi em relação aos tipos de teologia. O candidado falou da teologia moral, da teologia sistemática. O examinador, com um timbre de voz muito interessante, então disse: “o irmão está esquecendo da teologia genética, isso mesmo, da teologia genética”. Como afirmei, não fiquei até o final e nem conversei ainda com meu colega consagrado ao ministério.

Fui até a internet e pesquisei o termo “teologia genética”. Encontrei muitas referências sobre “teologia e genética” e apenas uma citação “teologia genética”.

Eu acho muito importante o estudo da teologia. Precisamos de teológos comprometidos com a Palavra de Deus e creio também que precisamos zelar pelos concíclios, mas vi naquele concíclio um interesse maior do examinador em mostrar todo seu conhecimento do que verificar os pensamentos teológicos do candidato ao ministério.

Devemos, nos concíclios, continuar perguntando aos candidatos sobre sua experiência de conversão, de chamada para o ministério, dos seus pensamentos na área da eclesiologia e da teologia.

Mas, quando leio 1 Timóteo 3.1-7, confesso que fico um pouco preocupado com as ênfases dadas nos nossos concílios.

Por exemplo, nunca vi, em um concílio, alguém pedir a esposa do candidato, sendo casado, a se levantar e dar um testemunho sobre sua vida enquanto marido. Eu perguntaria à esposa se seu marido é amoroso, gentil, cavalheiro, se é um líder piedoso em sua casa, se é moderado, respeitável, se gosta de receber pessoas em casa, se gosta de contribuir financeiramente, se é manso, sensato.

Essas são algumas das condições bíblicas para exercer o ministério. Se um marido cuida bem da esposa, haverá uma grande possibilidade, desse homem, que será pastor, de cuidar bem da Noiva de Cristo.

Não perguntamos aos filhos para que digam, caso sejam jovens, por exemplo, se seu pai, futuro pastor, é um pai que tem exercido a paternidade com autoridade e dignidade. Se um homem cuida bem da sua família, dos seus filhos, podemos afirmar que cuidará bem da família e dos filhos de Deus.

Por que em nossos concílios não se convida alguém, que não seja pastor, que conheça profundamente o candidato para dar um testemunho sobre sua vida? Fazer perguntas do tipo: “Ele é um bom pagador das suas contas?”, “Tem demonstrado integridade moral?”.

Eu acho que a partir de agora, nos concílios que eu participar, se o candidato for casado, vou pedir um depoimento da esposa. E se tiver filhos crescido e estiverem presentes, a mesma coisa.

Às vezes criamos tantas normas para os concílios, que a essência bíblica fica esquecida.

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Por: (Gilson Bifano)

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