Poderíamos dizer que é a dissolução dos laços matrimoniais, do compromisso que os cônjuges têm de cuidar, nutrir e amar um ao outro; seria o desligamento dos laços afetivos que, um dia, uniu o casal. Só que isso não é nada simples.
O rompimento de um casamento provoca muita dor. O sentimento de frustração e fracasso é enorme. Quando não se culpam, jogam a culpa, única e exclusivamente, no outro. Dificilmente um deles para para analisar as causas da separação e entender em que cada um contribuiu, ou deixou de contribuir, para o fim do casamento.
Não tente esconder e guardar sua dor e revolta, nem fingir que ela não existe.
Permita-se viver essa dor. Depois, é necessário exteriorizar, pôr para fora os sentimentos de frustração, dor, revolta, mágoa, tristeza; tudo isso, quando guardado ou negado, demora muito mais para passar e pode levar à depressão. É preciso “trabalhar” essa perda. Isso leva muito tempo e é perfeitamente normal, mas quando se extravasa esse sofrimento, um dia para de doer. Mesmo quando o divórcio aconteceu de comum acordo, houve a perda da identidade de casado(a), do papel de esposo(a), do status social, dos planos para o futuro a dois, e não é nada fácil encarar isso.
Se houver filhos desse casamento, preste muita atenção a eles, pois, muitas vezes, tendem a se culpar ou se responsabilizar pela separação dos pais.
É necessário chorar junto com eles e nunca tentar denegrir a imagem do outro cônjuge, afinal, é pai/mãe deles. Já basta a dor que também estão sentindo. Não se isole do mundo. Os familiares, amigos e irmãos da igreja poderão ser fonte de consolo, apoio e companhia.
O primeiro passo para adquirir um novo equilíbrio na vida emocional, familiar, social e espiritual é mergulhar na dor, chorar a perda e elaborar o luto.
Quando ocorre a separação de um casal, seja por morte ou divórcio, é preciso “fazer o enterro” do relacionamento. Se não puder fazer isso sozinho(a), procure a ajuda de um conselheiro ou de um psicólogo. Eles poderão ajudá-lo(a) na compreensão do processo e na reestruturação emocional, que inclui restauração do amor-próprio, autoconfiança, etc. Olhe sempre para a frente. Se você não pode apagar nem consertar o que aconteceu, pode e deve construir um futuro novo e feliz para você.
Antes de iniciar um novo relacionamento, é preciso ter certeza de que a ferida foi curada.
Não corra o risco de levar “o outro” para seu novo relacionamento, pois esse “fantasma” sempre estará entre vocês, impedindo um conhecimento verdadeiro. Pergunte-se: Em que contribuí, ou deixei de contribuir, para que meu casamento acabasse? Estou pronto(a) para investir energia, tempo e amor em um novo relacionamento?
Todos os “fantasmas” do casamento acabado e do divórcio estão mortos e enterrados? Estou com minha autoconfiança restaurada, de maneira que posso confiar novamente no amor e no companheirismo de outra pessoa? Deus está manifestando sua direção e aprovação? Estou pronto(a) para amar novamente? Meus filhos estão prontos para um novo relacionamento afetivo como esse?
Tome todos os cuidados para não acontecer de novo.
Estejam atentos ao menor sinal de morte em seu casamento. Não tentem ignorar os conflitos nem fazer de conta que eles não têm importância. Preste atenção em seu cônjuge. Às vezes, ele(a) está, desesperadamente, tentando dizer-lhe ou demonstrar-lhe que algo não está bem e é ignorado(a) ou não levado(a) a sério.
É importante investir no relacionamento conjugal diariamente. Os cônjuges mudam, envelhecem, e isso faz com que seja necessário mudar algumas coisas no relacionamento também; é preciso manter a conquista do amor do cônjuge.
Procure manter viva a chama do relacionamento amoroso e sexual.
Tenham cuidado com a rotina; ela é capaz de matar os ânimos, sonhos e expectativas; ela é capaz de frustrar, estressar e entristecer as vidas e os relacionamentos. E lembrem-se: só podemos dar o que temos; para dar amor, precisamos nos amar; para fazer feliz, é preciso sermos felizes.
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Por: Elizabete Bifano