O dia do casamento! Aqueles que já se casaram sabem dos sentimentos que experimentaram: tensão, estresse e, por vezes, cansaço. Muitas vezes, nos preparamos exaustivamente para os dias que antecedem o casamento, mas nos esquecemos dos primeiros dias após a cerimônia, que são igualmente cruciais. São dias que, sem dúvida, ficarão marcados na memória do casal.
Vamos checar só mais uma vez. Eu falo, você marca, tá?
- Salão da igreja – OK!
- Floricultura – OK!
- Tecladista e coral – OK!
- Músicas – de entrada, dos padrinhos, dos noivos, mais as que o coral vai cantar e os solos – OK!
- Daminha – OK!
- Pastor e horário – OK!
- Alianças – OK!
- Padrinhos e madrinhas – OK!
- Mestre de cerimônia – OK!
- Fotos e filme – OK!
— Acho que a gente não esqueceu de nada. Fora isto tudo, é claro, você vai se embonecar de um lado e eu do outro. Agora, a gente só vai se ver na hora em que a música começar a tocar e você apontar, linda de morrer, lá na porta da igreja, de braço dado com seu pai… Benhê, eu acho que vou desmaiar aqui na frente! — Não vai, mesmo! Que história é essa de noivo desmaiar? Se alguém aqui for desmaiar, serei eu! E com essas palavras, cada um foi para sua casa. Seria a última noite de solteiros para Lúcia e Ivan.
Sempre muito decidido, Ivan era líder da mocidade de sua igreja. Lúcia gostava dele desde pequena, mas como era muito tímida, morria de medo de se aproximar. Ela se sentia bloqueada na presença dele, tropeçava e parecia uma perfeita boba quando ele chegava perto. Foi, portanto, uma surpresa total quando ela percebeu que ele estava se aproximando com segundas intenções. As amigas a alertavam e se afastavam discretamente quando ele chegava. E assim o namoro começou e continuou até o casamento, que foi lindo!
Ambos haviam decidido que se guardariam fisicamente para o casamento. Nestes dias, em que muitos jovens sentem vergonha de dizer que são virgens, eles se orgulhavam disso! Não que tenha sido fácil! Houve momentos em que um ou outro colocou a razão à frente das emoções. Dependendo do dia, não era aconselhável que ficassem sozinhos; então, se comunicavam e faziam programas com o grupo de amigos, fugindo assim da tentação.
E tudo isso vinha à cabeça de Lúcia, enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela orava: — Senhor, a gente fez tudo direitinho! Orávamos sempre juntos, consumamos nosso amor na noite de núpcias, estudamos juntos os princípios bíblicos para o casamento, até palestras para a mocidade a gente deu! Então, por que agora, que estamos completando um ano de casados, o Ivan está como se fosse um estranho para mim? Por que não sinto mais a mesma coisa que sentia por ele antes de a gente se casar? O que está acontecendo?
Muitos são os casamentos jovens que terminam exatamente neste ponto, sem que os cônjuges compreendam o porquê. Alguns casais conseguem superar, buscam ajuda, mas outros não e acabam perpetuando a mesma história em novos e inúmeros relacionamentos.
O que, afinal, acontece nesse ponto — que para uns chega mais cedo, para outros mais tarde — e que não é abordado nos cursos pré-nupciais?
No livro “As Cinco Linguagens do Amor”, de Gary Chapman, há um parágrafo (pág. 30, parágrafo 2 e 3) que diz o seguinte: “O que aconteceu com a paixão? Bem-vindos ao mundo real do casamento, onde fios de cabelo sempre estarão na pia, respingos brancos da pasta de dente estarão no espelho, discussões ocorrerão por causa do lado de se colocar o papel higiênico… Nesse mundo, um olhar pode machucar, uma palavra pode quebrar. Amantes podem tornar-se inimigos e o casamento, um campo de batalha sem trégua… Será que foi realmente amor? Acho que sim. O problema é que houve falta de informação. A principal falha na informação é o falso conceito de que a paixão dura para sempre.”
Creio que é necessário que se ofereça aos jovens a seguinte informação básica:
- A paixão é passageira. É um pico emocional temporário. Ela tem seu lugar no relacionamento, mas não pode servir de base.
- O verdadeiro amor nasce das cinzas da paixão. É uma opção, um modo de pensar.
- O verdadeiro amor é resultado de um compromisso. A importância do “até que a morte nos separe” é evidenciada e evocada nessas horas. O sentimento deve estar atrelado à razão. Haverá momentos de aridez, quando o que sustentará o casamento será exatamente o compromisso assumido.
- Atos de gentileza podem ajudar a cultivar o verdadeiro amor. Intencional e declaradamente, através de atitudes, o amor verdadeiro é despertado e cultivado.
- Ajuda. Além da ajuda divina, haverá momentos para buscar também o auxílio de conselheiros, pastores e psicólogos cristãos, que podem ser guias em meio às crises mais sérias.
- Persistência e fé. Caminhando juntas, são grandes impulsos na superação de qualquer obstáculo.
Enfim, há momentos preciosos e inesquecíveis na vida de casados. Porém, por mais que procuremos acertar, o ingrediente essencial e insubstituível é a presença de Deus e a Sua graça, sem as quais, nada do que falamos até aqui terá qualquer valor ou resultado. Deus vê nosso desejo de acertar, de buscar Seus princípios, de ser fiel ao voto assumido. No entanto, a graça de Deus, derramada sobre nós quando reconhecemos que, em nossas próprias forças, não conseguiremos caminhar, é que fará toda a diferença. A percepção de que nossa fonte está Nele, e não em nós, é que liberará todo o frescor de Sua graça sobre nós!
Por: IARA VASCONCELLOS
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