É sempre enriquecedor assistir a um filme que nos oferece valiosas lições para o dia a dia. Aqueles que verdadeiramente nos marcam permanecem em nossos pensamentos muito depois de os créditos rolarem, fazendo-nos refletir sobre falas e cenas memoráveis. “Nascido em 4 de Julho” é, sem dúvida, um desses filmes. Embora quase toda produção cinematográfica contenha elementos que talvez reescreveríamos, são justamente essas obras que nos impulsionam à reflexão profunda.
Recentemente, ao zapear pelos canais, deparei-me novamente com “Nascido em 4 de Julho”. Assisti a este filme há muitos anos, e sua força permanece intacta. Dirigido por Oliver Stone em 1989 e com uma atuação marcante de Tom Cruise no papel principal, é uma obra intensa. Em minha percepção, não é adequado para menores ou para uma sessão familiar conjunta, pois, além das cenas de guerra, aborda de forma explícita crises de identidade pessoal e sexual.
O filme narra a história de Ron Kovic (Tom Cruise), um jovem idealista e cheio de sonhos que, motivado pelo patriotismo, deixa a namorada (Kyra Sedgwick) e a família para lutar no Vietnã. Ferido em combate, retorna paraplégico aos Estados Unidos, sendo inicialmente recebido como herói. Contudo, logo se vê confrontado com a dura realidade do preconceito enfrentado por deficientes físicos, mesmo aqueles que se sacrificaram pela pátria. Ron então decide unir-se a outros veteranos para lutar pelos direitos que lhes foram negados pelo próprio país que os enviou para a guerra.
Desejo, porém, focar e aplicar ao contexto familiar um momento particularmente comovente do filme: quando Ron, finalmente, decide visitar a família de um companheiro de guerra que morreu em combate.
Por um longo tempo, Ron carregou o tormento de uma verdade que jamais tivera coragem de compartilhar: em meio aos horrores do campo de batalha, fora ele mesmo quem, em um disparo descontrolado, atingiu fatalmente o amigo.
Em João 8.32, encontramos uma verdade libertadora, que ecoa no cerne da mensagem de Jesus: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Essa libertação é precisamente o que Ron experimenta. Antes atormentado e desesperado, ele renasce após confessar seu erro àquela família. Aliviado do fardo opressor, encontra um novo propósito para sua vida, algo pelo qual vale a pena lutar.
Para nós, que vivemos as complexidades do cotidiano, há uma grande lição a ser extraída. Pior do que admitir um erro ou uma culpa é viver calado, sufocado por ela. A confissão tem um poder intrínseco de alívio e renovação.
Essa verdade se aplica a qualquer membro da família: cônjuges, filhos, pais. Muitos, por medo da reação alheia ou das consequências, escolhem esconder a mentira, o engano, a traição, a omissão. É lamentável. Afinal, quem teve a ousadia de agir, deveria ter a coragem de assumir, não é mesmo?
Que tal cultivarmos essa honestidade e coragem em nossos casamentos e famílias? O Espírito Santo tem o poder de moldar temperamentos, personalidades e até mesmo o caráter. Para que isso aconteça, porém, é preciso permitir-se ser transformado, submeter o orgulho e a vontade própria à Sua ação.
É um desafio, eu sei. Mas, conforme a fé nos ensina, “tudo é possível ao que crê”.
Por: Elizabete Bifano
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