Um dia desses estava conversando com um pastor e este, quase às lágrimas, compartilhou sua tristeza com o divórcio da filha. Falou também do seu sofrimento em relação a ausência do pai de seu netinho. O quanto sofre em saber e perceber claramente a falta que o netinho sente do pai e como isto o tem afetado. Billy e Ruth Graham também experimentaram este dissabor.
Com as facilidades para o divórcio e por viver numa sociedade onde os valores são cada vez mais relativos e o estilo de vida individualista, vimos que só faz aumentar o número de divórcio em nosso meio. A igreja não está imune a este problema.
O divórcio afeta todos na família. Não somente os cônjuges e filhos sofrem com o impacto do divórcio, mas também os pais, amigos, parentes. Especialmente se os pais, amigos e parentes tem os valores cristãos como norteadores de seu estilo de vida.
Não deve ser fácil lidar com o divórcio dos filhos. Pesquisei na internet e quase nada há escrito neste sentido.
Não posso escrever, por experiência própria, pela graça de Deus. Mas creio que ouvindo histórias diversas pelas igrejas que ministramos e na própria vivência de aconselhamento e terapia, podemos dar algumas sugestões para os pais que experimentam esta triste realidade.
Pais que tem filhos passando pela experiência do divórcio devem tomar muito cuidado para não acirrar ainda mais os ânimos dos cônjuges envolvidos.
Não existe “divórcio bom”. Por mais amigável que seja, é sempre um combustível para alimentar a raiva dos cônjuges. Os pais destes devem ter muito cuidado neste sentido. Devem procurar amenizar a ira, a raiva no coração do filho ou da filha envolvida.
Por outro lado, não devem, cremos, tomar partido. Ser solidário ao filho envolvido é algo louvável, mas num divórcio há uma parcela de responsabilidade por parte de ambos. Costumamos afirmar que nos conflitos conjugais os dois estão certos e errados ao mesmo tempo. Achar que a filha é uma santa ou que o genro é cem por cento responsável pelo divórcio é uma grande inverdade.
Filhos que se divorciam, os pais devem saber que eles já são adultos. Podem sofrer com a situação, mas devem sempre lembrar que são adultos e responsáveis pelos seus atos. Suas vidas continuarão a ter um caminho próprio.
Muitas vezes, o que se vê é o filho ou a filha divorciada voltar para a casa dos pais. Esta volta pode ser uma realidade, mas antes devem considerar outras possibilidades. Um filho ou filha divorciada que volta para casa não é a mesma daquela que partiu na época do casamento. Os pais devem estar cientes deste fato.
Por outro lado, se há crianças envolvidas os avós podem ajudar, mas sabendo que não ocuparão o lugar da mãe ou do pai ausente. Devem saber que continuarão sendo avós e não pai ou mãe da criança dos pais separados.
Este amigo que teve sua filha envolvida com o divórcio e ajuda na criação do neto contou o quanto é difícil dizer sempre para o neto que ele não é o pai, mas o vovô. Deve ser muito difícil esta atitude, mas é a melhor a seguir.
Por último, jamais deixar de orar. A oração é o melhor instrumento para amenizar as dores de um divórcio no coração de todos, inclusive a dos pais dos cônjuges envolvidos.
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Por: Gilson Bifano