“Doze É Demais 2”, EUA, 2005, tem como diretor Adam Shankman. É a continuação da comédia de 2003. Mostra a família de Tom (Steve Martin) e Kate (Bonnie Hunt), que é composta por nada menos do que 12 filhos. Nesta aventura, eles arranjam confusão com os Murtaugh, cujo patriarca é o não menos maluco Jimmy (Eugene Levy).
Em meio aos encontros e desencontros dos relacionamentos entre as famílias e seus membros, obtemos muitos aprendizados.
Quero destacar o primeiro deles, com relação ao casal principal. Apesar das diferenças individuais e das maluquices de Tom, eles se mantêm casados, ensinando-nos que é plenamente possível amar e conviver com uma pessoa do jeito que ela é.
Em segundo lugar, é com relação aos filhos. Traze-los ao mundo, amá-los e educá-los é, sem dúvida, tarefa dos pais. Entretanto, é preciso dar-lhes respeito e liberdade. Uma frase de Kate, dirigindo-se ao marido, é tanto interessante quanto verdadeira: “Quanto mais você agarrá-los, mais eles fogem”.
Tom tem muita dificuldade de entender isto. É como se os filhos jamais pudessem crescer. Torna-se um pai manipulador e repressivo. Isto não funciona na prática. É como já ouvi alguém sabiamente dizer: Filhos, quanto mais a gente espreme dentro da mão, mais eles vazam entre os dedos.
Muito já ouvimos e falamos sobre isto. Entretanto, muitas das práticas no seio familiar estão bem longe do discurso da teoria.
E, por fim, também aprendemos com o filme que nossos filhos não são criados para ficar ao nosso lado. Eles precisam ter um destino próprio e seguir seus caminhos. Mas como há sofrimento por isso e quantas vezes eles são impedidos de fazer isso!
Mesmo não sendo fácil para os pais é preciso que aceitem este fato. É a realidade da vida. É como diz Kate, sábia esposa e mãe: “Deixar que partam (os filhos) é a coisa mais difícil para um pai e uma mãe. Temos de acertar as contas com o passado, pensar no presente e acreditar no futuro.
Sim, ver filhos crescidos, definindo-se como indivíduos, diferenciando-se dos pais e indo embora faz com que os pais façam reavaliações da vida. Faz com que tenham necessidade de olhar outros horizontes e traçar novos projetos. E isto é muito saudável.
Entretanto, mesmo quando vão embora, os filhos levam uma herança. Não em dinheiro, mas de lições de vida, um legado moral e espiritual.
Com frases bonitas, construindo uma verdade profunda, Kate nos conta sua experiência: “Aquelas férias lembraram a Tom e a mim que, como pais, estamos sempre aprendendo. E que o laço familiar é para sempre. Mesmo quando eles crescem e partem, estaremos sempre com eles e eles conosco. Porque a vida é uma viagem que sempre nos leva ao nosso lar.”
Podemos finalizar com esta certeza, pais que demonstram amor e respeito por seus filhos e dão liberdade a eles, sempre os verão voltar ao lar, ainda que seja para uma pequena visita.
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Por: Psic. Elizabete Bifano