Sei pouca coisa a respeito de como fazer uma empadinha. Mas, conversando com quem sabe fazer, é basicamente uma mistura de farinha de trigo, óleo, margarina, ovos, fermento em pó, sal, água e o recheio a gosto do freguês. (Não pode esquecer da azeitona). Nunca fiz uma empadinha. Mas gosto desse salgadinho, especialmente quando vou à praia.
Uma empadinha, das melhores aqui no Rio de Janeiro, custa uns sete reais. Mas sé é de boa procedência e gostosa, vale a pena investir nesse objeto do prazer.
Pois bem, por que falar de empadinha? Escrever sobre gastronomia não é minha missão, mas quando a gastronomia influencia a família e ajuda a levar um casamento até os 50 anos, aí já me interessa.
É o que aconteceu com um casal entrevistado por uma revista há muitos anos. A reportagem versava sobre os motivos que levaram alguns casais ultrapassarem a barreira dos 50 anos de casamento. Uma daquelas esposas entrevistada disse que pequenas coisas que o marido fazia ajudaram, em muito, comemorarem bodas de ouro. Uma dessas coisas ela compartilhou com a repórter.
Morando no Rio de Janeiro, no bairro carioca do Jardim Botânico, conheceram, casaram e sempre moraram por ali mesmo. No período do namoro, eles iam a uma padaria daquele bairro e comiam uma empadinha muito gostosa. Esse costume perdurou por todos os anos de casamento. Mesmo depois de idosa, já sem poder se locomover com facilidade, seu marido tinha o hábito de ir à tal padaria comprar aquela empadinha e levar para ela.
Naquelas empadinhas, além dos ingredientes acima listados, continham pitadas de carinho, tradição e amor.
Lembrem-se daquelas coisas que faziam no período do namoro que os mantinham conectados um ao outro? Reavive-as! Por que muitos casamentos se esfriam? Uma das causas é achar que, por estarem já casados, não precisam fazer algumas coisas que faziam no tempo de namoro.
John Gottman, estudioso das relações conjugais nos EUA, descobriu, após anos de pesquisas, que os casamentos não terminam de um dia para o outro. O divórcio começa quando essas pequenas coisas deixam de existir na relação do casal. Vão perdendo, dia após dia, sem se darem conta, a conectividade. Aos poucos vão se distanciando um do outro e quando percebem, já estão tão separados que a decisão de procurarem um advogado para iniciar o processo de divórcio é apenas mais um detalhe.
A partir de hoje, se você deseja comemorar bodas de ouro ou de diamante, não saia por aí e compre a primeira empadinha que encontrar numa lanchonete, mas procure aquelas pequenas coisas que seu cônjuge gosta e faça sempre como prova de amor, carinho e atenção.
Essas coisas, como afirmam Les e Leslie Parrot no excelente livro “Pequenas coisas que fazem grande diferença no casamento” (Editora Vida), mantém o motor do casamento ligado.
PARA REFLETIR:
1 – Que pequenas coisas você tem feito para sustentar seu casamento?
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Por: Gilson Bifano