Eu não sei, mas Deus sabe

Tenho boas lembranças de missionários americanos que passaram no Brasil e marcaram minha vida de jovem. Dentre eles o querido ex-missionário Ronald Wolfard, já falecido.

Como era bom ouvir o Pr. Ronald Wolfard! Lembro-me perfeitamente do caso que minha esposa fez menção. Quando ele perguntou com aquela voz possante “moça, você é virgem?”, “moço, você é virgem?”, dava para se ouvir um mosquito voar pelo salão do Acampamento de Rio Bonito. Ele ficava em silêncio por um minuto, mais ou menos. Ele ficava em silêncio, mas o Espírito Santo de Deus incomodava profundamente nossas mentes e corações. Mas minha esposa (saibam que ela não é perfeita) omitiu em seu artigo um detalhe.

Após ter feito a pergunta, Pr. Wolfard andou de um lado ao outro com a mão no queixo, dirigiu-se aos jovens e bradou: “Eu não sei, mas Deus sabe!”. Só quem teve o privilégio de conhecer e ouvir o Pr. Wolfard sabe como ele dizia essa expressão.

Quando Pr. Wolfard dizia sempre “eu não sei, mas Deus sabe”, estava querendo incutir em nós, jovens daquela época, a importância de termos o temor de Deus em nossas vidas. Ele estava dizendo em outras palavras: “Jovem, Deus sabe todas as coisas. Ele sabe como está o seu namoro, se está havendo intimidades que só aos casados é permitido”.

Lendo a história de José, o do Egito, especialmente no caso em que foi tentado a ter relações sexuais com a esposa de Potifar, o que o impediu de cometer tal pecado foi justamente o temor de Deus. Diz o texto em Gênesis 39.9: “Como, pois, posso eu cometer este grande mal, e pecar contra Deus?”. José sabia que em primeiro lugar estaria pecando, desagradando a Deus em ter aquela relação sexual ilícita.

Acabei de ler, para minha edificação pessoal, o livro Moisés, um homem dedicado e generoso (Editora Mundo Cristão). O abençoado escritor americano Charles R. Swindoll afirmou num dos capítulos: “Um temor saudável de Deus fará muito para impedir-nos de pecar. Quando tememos adequadamente o Deus vivo, nossa vida é mais pura. Toda pessoa evangélica que peca deliberadamente bloqueou por algum tempo seu temor de Deus”.

Eu creio firmemente que quando Davi, conforme relata 2 Samuel 11, cobiçou, ordenou que Bate-Seba fosse até o palácio a fim de ter relação sexual com ela, arquitetou o plano de trazer Urias até a cidade e depois ordenar sua morte, ele, Davi, por um bom tempo, bloqueou o temor de Deus em sua vida.

O temor de Deus, ou a falta desse, fez grande diferença na vida de José e de Davi.

Por isso, precisamos cultivar em nossa vida e falar mais para os nossos filhos, adolescentes, jovens, maridos e esposas o quanto é importante cultivar o temor de Deus. Esse temor nos ajudará na construção de uma sexualidade saudável antes e durante o casamento.

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