A necessidade de negociação surge quando os interesses são diferentes, antagônicos ou opostos. As posições diferentes geram um conflito que precisa ser enfrentado e resolvido da melhor maneira possível para o casal e para a família.
Como pessoas que têm o temor de Deus, nossa forma de lidar com o conflito deve ser bem distinta da abordagem da sociedade em que vivemos.
Os termos que a sociedade estabelece para o conflito são: focalize e valorize seus interesses pessoais prioritariamente; concentre-se em argumentos que deixem claro como o outro deve agir e o que deve fazer.
O princípio é: o outro é o problema e deve ser modificado para que eu viva bem. Toda a responsabilidade do conflito é dele, sendo eu vítima de suas ações e atitudes.
Como estamos dispostos a buscar soluções profundas e permanentes, precisamos lidar com os conflitos sob uma abordagem mais consistente. A postura adequada, então, passa a ser a seguinte: como casal, desejamos agradar a Deus e, para isto, dependemos do Seu poder, sabedoria e amor, obedecemos seus padrões e procuramos desenvolver uma atitude de amor, misericórdia e perdão.
Se desejamos agradar a Deus seguindo seus parâmetros para um relacionamento ajustado e saudável, a primeira ação prática e efetiva é: retira a trave do teu olho antes de falar do cisco no olho do outro (ver Mt. 7:5). O que isso significa?
Em primeiro lugar, verifique se você contribuiu para o conflito com atitudes críticas, insensíveis e negativas. Focalize sua responsabilidade. Um bom teste é meditar sobre o que diz Filipenses 4:2-9, onde se encontram as atitudes que devem caracterizar o cristão mesmo nos momentos de crise. Antes de focalizar no que o outro deve fazer ou mudar, concentre-se no que você pode influir para melhorar a qualidade da relação.
Em segundo lugar, concentre-se em palavras e atitudes pecaminosas. Agressões, ofensas, ironia, sarcasmo, desprezo e ameaças são alguns exemplos. Se você usa estas palavras e atitudes com freqüência, talvez nem perceba mais. Peça a alguém próximo para lhe ajudar, mostrando-lhe de forma objetiva o quanto você tem contribuído para a existência de conflitos em seu casamento. Mas, cuidado. Esteja aberto para ouvir algo que não lhe seja muito agradável!
A idéia é abrir a mente para possibilidades diferentes das que acreditamos inicialmente. Muitos preconceitos podem estar obscurecendo sua visão objetiva sobre os conflitos familiares. Verificar novas soluções, ser criativo, buscar o melhor para os dois vai ampliando o seu campo de visão e abrindo espaço para acordos consistentes e mutuamente favoráveis.
Em terceiro, é importante que o casal defina o conflito, identificando-o por nome, como por ex.: finanças, diálogo, sexo, filhos etc. Com esta identificação objetiva, cada cônjuge se concentrará durante todo o processo de solução do problema identificado por ambos. Isto ajudará a evitar que a atenção seja desfocada e os argumentos se desviem para outras pessoas ou para outros campos. A objetividade é imprescindível para se obter uma solução sólida.
Finalmente, vá e se reconcilie. O objetivo é alcançar a restauração do relacionamento mediante perdão verdadeiro. A reconciliação é um interesse convergente – uma necessidade do casal. A forma de alcançá-la é que vai exigir do casal flexibilidade, disposição, bom humor, compromisso e vontade.
É hora de fechar o acordo que seja bom para os dois (e para a família).
Depois é só comemorar!
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Por: Luiz César Menezes