Nunca, na sociedade, se falou tanto em sexo como nos últimos tempos. O assunto é tão explorado pela mídia que até artistas, que não são evangélicos, estão pasmados diante da enxurrada de cenas de sexo na televisão brasileira.
Como a igreja de Cristo, que deve ser sal e luz neste mundo de trevas, pode contribuir e ajudar as famílias cristãs para que desenvolvam uma visão saudável sobre o tema sexo e sexualidade?
Quero, neste artigo, apontar alguns caminhos neste sentido.
O primeiro deles, é construir um teologia da sexualidade.
Nós, como cristãos, temos em nossas mãos o maior tesouro para dar uma resposta a esta sociedade decaída, que é a Bíblia, a Palavra de Deus.
A Bíblia é a carta do amor de Deus à humanidade, mas nela encontramos orientações seguras sobre como construir um sexualidade sadia na família.
O segundo caminho, é capacitar pais e mães para que o assunto seja tratado, sem tabus e preconceitos na família, nas conversas ao redor da mesa, em linguagem sadia, apropriada a cada faixa etária.
Existem três temas que quase não se conversa em família. Penso que sejam sobre a morte, sobre o dinheiro e sexo.
Quando estes assuntos não são conversados no ambiente da família, as crianças e adolescentes aprendem, fora de casa, de forma, muitas vezes, errada e de forma distorcida do plano original de Deus.
Ainda no âmbito da família, os casais (maridos e esposas) são importantes na construção de uma sexualidade sadia na vida de seus filhos. Marido e esposa não devem passar para os filhos uma sexualidade dissociada de afeto.
Filhos sabem, embora, não falam, o que seus pais fazem no quarto, de portas fechadas. Até ai nada demais. O problema é quando esses mesmos filhos não veem, com seus próprios olhos, demonstrações de afeto, durante o dia, por parte dos seus pais. Não observam seus pais se abraçando, andando de mãos dadas, trocando beijinhos, elogiando e tratando com ternura um ao outro. Filhos que crescem em lares que os pais não demonstram afeto na sala, crescem com a visão que sexo é algo dissociado de afeto, de demonstrações de amor.
O terceiro caminho, além desses dois, é fazer com que o tema seja debatido também dentro da própria igreja. A igreja tem o nobre papel de ajudar as famílias também nesta questão. Sexólogos, psicólogos, pedagogos cristãos, e comprometidos com os princípios cristãos, podem ser chamados para esta tarefa.
Nestes programas, a igreja poderá tratar de temas no campo da sexualidade de forma criativa, bíblica e com fundamentação cientifica equilibrada e relevante.
O tema sexo e sexualidade deve ser tratado, não somente para casais, como temos visto, mas em todas as faixas etárias dos membros. Sexo e sexualidade não é um tema exclusivo para casais.
Por último, não devemos como igreja e família se esquivar de temas difíceis como a homossexualidade, abuso sexual, pedofilia. Esses temas podem e devem ser tratados com liberdade, sempre à luz da Palavra de Deus.
Buscando esses caminhos, tenho a certeza que estaremos dando uma ótima contribuição à sociedade que está carente de um farol que a orienta neste mar revolto da sexualidade dos dias de hoje.
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Pr. Gilson Bifano é diretor do Ministério OIKOS. Escritor, palestrante, conferencista e coach na área de casamento e família.
gilsonbifano@ministeriooikos.org.br