Se cada pai tomasse consciência de que lhe cabe um papel de grande responsabilidade e honra como chefe do lar, outra seria a situação de milhões de lares no mundo.
A posição do pai no lar é como a de um sacerdote. E qual era a função do sacerdote?
Em todas as sociedades antigas, as responsabilidades sacerdotais eram basicamente as mesmas. Entre os judeus, o sacerdote executava os ritos religiosos e entrava em comunhão com a divindade. Além disso, era ele quem cuidava do santuário e comunicava as decisões de Deus. Ele representava o povo diante de Deus e representava Deus perante o povo.
O profeta era aquele que trazia Deus ao homem através de suas mensagens, ao passo que ao sacerdote cabia a responsabilidade de levar o homem a Deus.
O sacerdote era o que construía o altar, levantava um pilar ou plantava uma árvore para assinalar o lugar de alguma manifestação sagrada, como também efetuava o ofício do sacrifício. Era ele o guardador das revelações passadas, e também das experiências do povo. A ele cabia a responsabilidade de ensinar a lei e de distinguir entre o limpo e o imundo. Era ele quem pronunciava, com toda a precisão, as fórmulas de bênção e maldição.
Ora, diante das responsabilidades que eram entregues aos sacerdotes, podemos, agora, fazer uma aplicação dessas responsabilidades aos pais de hoje em dia.
A primeira aplicação é que o pai é o sacerdote do lar, cabendo-lhe grandes responsabilidades morais, sociais, intelectuais e espirituais.
A segunda aplicação é que, como sacerdote, o pai tem a responsabilidade de levar o nome de seus filhos ao trono de Deus, em oração intercessória. O pai que ora diariamente pelos filhos nunca os perderá. Com seus filhos, não ocorrerá o que aconteceu àquele jovem que, tendo sido levado a morrer na cadeira elétrica, declarou a seu pai, momentos antes de a sentença ser cumprida: “Papai, estou nesta situação porque nunca vi o senhor orar por mim”.
A terceira aplicação é referente à construção de um altar. Como sacerdote, o pai sentirá que seu lar deve ser um santuário dedicado a Deus, onde um altar deve ser erigido. Nesse altar, estarão os cânticos de louvor a Deus, de gratidão, que, como ofertas pacíficas, serão oferecidas a Deus, juntamente com o incenso cheio da fragrância que são as orações dos santos que se evolam até a presença de Deus, levadas pelo “anjo da presença”.
A quarta aplicação se refere à responsabilidade do pai que, como sacerdote, deve transmitir aos filhos, não só os ensinos da Lei de Deus, como também transmitir-lhes os oráculos divinos e as experiências do passado e as revelações de Deus por meio do que tem sido vivido por servos de Deus que souberam exercer o sacerdócio paternal.
A quinta aplicação refere-se ao privilégio de o pai-sacerdote ter condições de, em nome de Deus, pronunciar sobre os filhos a bênção emanada da glória divina para que os filhos, criados nessa atmosfera espiritual, tenham condições de crescer no temor e no conhecimento do Senhor. É imensurável a bênção do pai que atua como sacerdote diante de Deus!
Quando Jacó reuniu os filhos, já perto de sua morte, e lhes anunciou o que ia acontecer nos dias vindouros, já no final do seu discurso, ele disse a José: “As bênçãos de seu pai são superiores às bênçãos dos montes antigos, às delícias das colinas eternas. Que todas essas bênçãos repousem sobre a cabeça de José, sobre a fronte daquele que foi separado de entre os seus irmãos” (Gn 49.26, NVI).
Pais que abençoam os filhos com o fogo do altar sempre aceso, sobre eles colocam, simbolicamente, suas mãos, como que fazendo descer de sua cabeça o óleo precioso, como o que descia sobre a cabeça do sacerdote Arão, que descia sobre sua barba e também sobre suas vestes (Sl 133). Sim, pais que, quais sacerdotes, assim procedem, estão fadados a ser felizes para sempre porque verão a felicidade de seus filhos e dos filhos de seus filhos.
Há pouco tempo, um pai procurou seu pastor e lhe disse que estava tendo problemas com o filho. “Qual é o problema?”, perguntou o pastor. “É que ele não quer mais ir à igreja. Que devo fazer com ele? Devo deixar que ele faça o que quiser?”, respondeu o pai. O pastor inquiriu: “Qual a idade de seu filho?”. ”Nove anos”, respondeu o pai. “Irmão,” replicou o pastor, “quem precisa de disciplina não é o filho; é o pai, pois não tem exercido a paternidade conforme aconselha a Bíblia: ’Não evite disciplinar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá’ (Pv 23.13, NVI)”. Assim, o pai, envergonhado, entendeu que ele estava falhando redondamente na criação do filho. Ele não estava observando o conselho de Salomão: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Pv 22.6, NVI).
Pai que me lê, se você ainda não se conscientizou de que deve transformar seu lar em santuário do Senhor, sendo você nele o sacerdote, e cuida para que no altar o fogo sagrado do amor nunca se apague, sim, se você ainda não se conscientizou dessa verdade, rogo-lhe que, hoje mesmo, tome a firme decisão de tornar-se o pai-sacerdote, a fim de levar seu lar a ser mais abençoado pelo Senhor.
Por: Ebenézer Soares Ferreira (In memoriam)
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