Tua mão em minha mão

Pai, não fostes apenas um pai, fostes irmão
quando naquele dia triste, cinzento até,
atravessando eu, o vale de sombras a pé
pude sentir o afago de tua mão em minha mão.

Pai, não fostes apenas um pai, fostes amigo
quando precisando de conforto ao coração
descobri poder contar mais uma vez contigo
no instante sublime de tua mão em minha mão.

Pai, não fostes apenas um pai, mas conselheiro
no momento em que chafurdado pela emoção
antes que palavras pronunciasses, tu primeiro
repousastes bem suave tua mão em minha mão.

Pai, não fostes apenas um pai, mas professor
ensinando os nobres caminhos da educação.
Quiseras os filhos sábios, mais que um doutor.
Sentia isso no vibrar de tua mão em minha mão.

Pai, não fostes apenas um pai, mas corregedor
mostrando a disciplina num olhar de reprovação.
Mas com carinho mostravas que o fazia por amor
até quando sentia o peso de tua mão em minha mão.

Pai, não fostes apenas um pai, fostes pastor
guiando-nos na senda do Calvário, à salvação.
Querias os filhos todos nos caminhos do Senhor
para onde me conduzia tua mão em minha mão.

Pai, não fostes apenas um pai, mas um cristão.
orando, lendo a Bíblia, ensinando na Palavra.
E a família reunida na fé que o amor destrava
seguia unida e eu sentia tua mão em minha mão.

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Autor: Josué Ebenézer Souza Soares

Nova Friburgo, 13 de fevereiro de 2005. (15h47m).

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