Virgindade: tabu, necessidade ou utopia?

Tabu para uns, utopia para outros, fato é que em pleno século 21 a virgindade continua sendo um assunto polêmico, principalmente, dentro da igreja. E os números mostram a importância de se debater esse tema. Mais de 53% das mulheres evangélicas brasileiras fizeram sexo antes do casamento, segundo um estudo do Invisible College em parceria com a plataforma Benditas. Apesar de não haver dados específicos sobre os homens cristãos, a estimativa de especialistas na área da sexualidade é de que esse número passe dos 70%.

Outra pesquisa do Thriving Center of Psychology revelou que 85% dos jovens e adultos cristãos com idades entre 13 e 42 anos acreditam que o casamento é uma tradição ultrapassada. Em média, os brasileiros têm a sua primeira relação sexual aos 18 anos e cerca de 10 parceiros ao longo da vida, conforme estudo da International Sex Survey.

O pastor batista Gilson Antônio Paiva Bifano, diretor do Ministério OIKOS, também formado em filosofia e pedagogia, lembra que a pureza sexual é um assunto extremamente importante e que deve ser tratado de igual maneira entre homens de mulheres.

“Virgindade está associada à pureza sexual. A Bíblia não cita diretamente a palavra hímen, mas sempre a virgindade. Deus quer, acima de tudo, que a pureza esteja presente na mente, no coração. Não é da vontade do Senhor, por exemplo, que jovens cristãos mantenham a virgindade física, mas tenham outras práticas sexuais que não seja a penetração”, afirma Bifano.

O pastor enfatiza que manter a virgindade até o casamento vai muito além de ser fiel a Deus. É uma forma de cuidar da saúde física e mental, de modo a evitar muitos problemas que poderão, inclusive, ser levados para o matrimônio.

“A vontade de Deus é que a primeira relação sexual seja no contexto do casamento, entre dois virgens, homem e mulher. É sabido que múltiplos parceiros sexuais torna a pessoa mais vulnerável às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Outra possibilidade é uma gravidez não planejada, trazendo dificuldades em muitas áreas da vida”, alerta o pastor.

Namoros longos demais são um problema

Para Gilson Bifano, os namoros longos demais deveriam ser evitados, pois aumenta a intimidade do casal com o passar do tempo, tornando a castidade até o casamento um desafio ainda mais difícil do que realmente poderia ser.

“Não se deve prolongar demasiadamente o tempo de namoro e noivado. Se estiverem convictos da vontade de Deus, então, que se casem, mesmo que ainda não tenham tudo o que gostariam de ter. A Bíblia diz: ‘melhor casar do que arderem em desejos’” (1 Co 7:8,9), orienta.

O pastor cita outras atitudes que podem ajudar nesse processo do casal em se manter virgem:

“Sem dúvida não é uma tarefa fácil, devido até mesmo às questões hormonais, mas é possível. É preciso construir cercas, como, por exemplo, evitar estarem sozinhos, colocarem limites nas carícias. A Bíblia diz que não devemos defraudar o corpo do outro (1 Ts 4:6) e orar pedindo a Deus força para resistir as tentações”, sugere Bifano.

Igreja precisa voltar a orientar sobre o assunto

O pastor disse ainda que vê com preocupação um assunto tão sério ser pouco debatido nas igrejas. “Hoje podemos ver, infelizmente, uma desvalorização da virgindade nos círculos evangélicos. A pureza sexual é um princípio permanente que Deus quer para seus filhos. Quase não se prega sobre isso. Precisa resgatar esse tema. Não é uma utopia, mas um desejo de Deus para homens e mulheres que seguem, acima de tudo, seus ensinamentos”, afirma.

Deus oferece uma nova oportunidade

O pastor Bifano faz questão de ressaltar que, para quem já fez sexo antes do casamento, não é o fim, que Deus ama a todos e sempre há uma oportunidade de recomeçar.

“Se um jovem ou uma jovem, nos caminhos da vida, entregou sua virgindade a uma pessoa que não seja o seu cônjuge e decide no seu coração cultivar a pureza sexual e seguir os ensinamentos da palavra de Deus, como já dissemos, Deus perdoa o comportamento sexual passado e o habilita, pelo Espírito Santo, a uma virgindade no coração”, afirma.
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Por Cristiano Stefenoni
Fonte: Revista Comunhão

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