Kenneth Ulmer, no seu livro Anatomia divina (Editora Vida), com maestria estuda de maneira devocional as linguagens antropomórficas aplicadas à pessoa de Deus.
Antropomorfismo significa vermos Deus na forma de um homem, ou em termos humanos.
Quando encontramos na Bíblia expressões “o coração de Deus”, a “boca de Deus”, a “face de Deus”, os “olhos de Deus”, os “ouvidos de Deus”, o “nariz de Deus” e as “mão de Deus são recursos antropomórficos para entender a pessoa de Deus.
O tema deste artigo é “A família nas mãos de Deus”.
Poderíamos caminhar em várias direções, sempre tendo a Bíblia como bússola, neste tema.
Podemos, por exemplo, pensar nas mãos de Deus que libertam.
Gosto de ler, na Bíblia, a expressão “a mão forte de Deus” (Ex 13.3) se referindo ao poder de Deus ao libertar, de forma miraculosa, o povo de Israel do Egito.
Como, enquanto famílias, temos sido libertos, por Deus, de tantas coisas que podem nos escravizar.
Famílias nas mãos de Deus experimentam, todos os dias, livramentos que, muitas vezes, não tem a menos consciência dos mesmos.
Famílias nas mão de Deus são abençoadas, protegidas, guiadas e humildes.
Mas, dentre todas as linguagem antropomórficas escolhi pensar sobre as mãos de Deus enquanto oleiro.
Mãos que moldam
Em Jeremias 18.1-6, o profeta descreve Deus como um oleiro que tem em suas mãos a comunidade de Israel.
Afirma Ulmer: “Ele o coloca naquela roda e deixa você girar e girar. Enquanto isso, ele tem as mãos sobre você, moldando você, acariciando-o e trabalhando em você. Suas mãos sentem as protuberâncias e irregularidades sob a superfície, fazendo com que os fragmentos venham à tona. Ele sabe quando fazê-lo ficar um pouco mais alto e quando você precisa voltar a ser amassado. Sobre a roda há uma batalha de vontades. A vontade do Oleiro é produzir um vaso que traga glória e honra à obra de suas mãos. Mas também há a vontade do barro, que pode resistir ou se render à vontade do Oleiro. Há também a vontade do inimigo, cujo objetivo é impedir o trabalho do Oleiro, enfiando tudo o que puder no barro”.
Mais adiante, Ulmer faz uma outra afirmação: “Casamentos não são feitos na cama, mas na roda”.
Quando li esse precioso livro fiquei a refletir como nós, enquanto marido, esposa, pai, mãe, filho, filha, avô, avó, sogra e genro precisamos nos permitir que estejamos permanentemente sobre a roda.
Que pedaços de paus, pedras estão presentes em nossa vida que precisam ser tirados pelo Oleiro para fazer vasos de bênçãos para nossos familiares?
“Caráter, integridade, santidade, fé, resignação, sabedoria, perdão, coragem e amor são características moldadas sobre a roda”, afirma Kenneth Ulmer.
São as mãos de Deus que nos moldam, nos formam, tornando-nos conforme sua vontade.
Muitos casamentos e famílias estão deixando der ser abençoados e abençoadores porque seus membros não estão sobre a roda impedindo Deus de moldar com suas mãos uma obra de arte.
Quando estivermos constantemente sobre a roda e deixarmos o Oleiro trabalhar em nós, seremos mais felizes em nossa vida conjugal e familiar.
Paulo, escrevendo sua carta aos Filipenses 1.6 afirma que os crentes estão sendo trabalhados até o dia de Jesus Cristo.
Isso quer dizer que, até Cristo voltar ou formos chamados à sua presença, estaremos sendo trabalhados por Ele, tal como um oleiro faz com o barro tornando-o numa obra de arte.
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Por: Gilson Bifano
Diretor do Ministério OIKOS. Palestrante, escritor e Coach na área de casamento e família.
Instragram: @gilsonbifano