A igreja e a questão homossexual

Há alguns dias, um líder, bem conhecido no meio evangélico, ficou na berlinda ao afirmar nas redes sociais que a igreja não é lugar de homossexuais.

A polêmica começou com uma pergunta de um seguidor desse líder no Twitter. O seguidor perguntou: “Dois rapazes que são membros da igreja estão namorando. Você os expulsa?”.

O líder prontamente respondeu: “A igreja tem um princípio bíblico. E a prática homossexual é considerada pecado. Eles podem ir para um clube. Mas, na igreja, não dá. A igreja é lugar de quem quer viver princípios bíblicos. Não é sobre expulsar. É sobre entender o lugar de cada um”, respondeu.

Após a repercussão nada positiva, o post foi apagado.

O líder, que prefiro não citar o nome por se tratar de um colega de ministério, foi infeliz (como podemos ser ao fazer uma afirmação ou postar algo nas redes sociais), na segunda parte da resposta.

A igreja evangélica, na sua maioria, tem sim, princípios bíblicos que norteiam suas decisões éticas. Os evangélicos, de acordo com o entendimento das Sagradas Escrituras, entendem sim que a homossexualidade não está no plano de Deus para homens e mulheres (Rm 1.21-27).

Agora, dai sugerir, embora negue que tenha dado a sugestão de expulsar, que vá para um outro lugar, ele se equivocou sim. Infelizmente.

A linha que divide a condenação à homossexualidade é tênue para o dever da igreja em acolher os pecadores. Não somente aqueles que vivenciam a homossexualidade, mas também os fofoqueiros, os viciados em pornografia, os mentirosos, os fraudadores e tantos outros pecados condenados na Bíblia.

A igreja deve acolher o pecador, mas deve deixar claro que a Bíblia condena seus pecados. Seja a homossexualidade, a maledicência, a mentira, a fraude, a compulsão e tantos outros.

Ela, a igreja, deve sim acolher a todos e ajudar a todos também, através do discipulado, a viver o ideal, os ensinamentos de Jesus, dos apóstolos seja no campo da sexualidade, das finanças, dos relacionamentos interpessoais.

Jesus, nosso exemplo maior, ao proferir uma palavra à mulher surpreendida em adultério, disse: “vai-te, e não peques mais” (Jo 8.11). Ele não apoiou o apedrejamento, que estava contido na lei judaica (Lv 20.10), mas disse a ela para não praticar mais aquele pecado.

Essa deve ser a postura da igreja de Cristo.

O apóstolo Paulo lidou com situações parecidas na igreja de Corinto. Basta ler com atenção 1 Coríntios 6.9-11.

A igreja deve sim ensinar o plano de Deus para a sexualidade humana. Embora Jesus nunca tenha falado diretamente sobre a questão homossexual, ele lembrou que o ideal de Deus na criação, da qual Ele também participou (Jo 1.1,2) que a relação sexual deve ser heterossexual, entre um homem e uma mulher, no contexto do casamento (Mt 19.4; Gn2.21-25).

A igreja deve também exortar, em amor, a todos a viverem os princípios bíblicos, inclusive na área da sexualidade. O apóstolo Paulo deu o exemplo nesse sentido (Rm 1.21-27; 1 Ts 4.1-5).

A igreja precisa também entender que há uma distinção em ser homossexual e ter a tendência homossexual. Ser homossexual é viver na prática a homossexualidade. Ter a tendência homossexual é saber que a tentação de vivenciar a prática é real, mas por amor a Cristo e o desejo de fazer a vontade de Deus é maior e então, com ajuda do Espírito Santo, a cada dia se vence esse desejo carnal e vive-se a vontade Deus.

Que Deus ilumine os líderes cristãos e a igreja de Jesus Cristo, nesses dias, para saber lidar com esse assunto com o coração de Cristo e tendo como diapasão a Bíblia, a Palavra de Deus.

________________

Por: Gilson Bifano
Diretor do Ministério OIKOS – Ministério Cristão de Apoio à Família. Palestrante e escritor na área de famílias.
Siga-o no Instagram: @gilsonbifano

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *