Estava lendo recentemente a passagem em que os anjos aparecem a Ló anunciando a destruição de Sodoma e Gomorra.
A história diz que enquanto Ló estava com sua família e os anjos dentro de casa, do lado de fora estavam homens imorais, idosos e novos, querendo invadir a casa e ter relações sexuais com os hóspedes de Ló.
O texto está registrado em Gênesis 19.
O texto me conectou a um evento realizado recentemente na Itália, em Verona, o Congresso Mundial de Famílias. Um congresso pró-família onde os valores judaico-cristão formam a base do direcionamento do evento anual.
Quando esse congresso foi realizado em Genebra, os participantes decidiram pela seguinte definição de família: “A família natural é a unidade social fundamental, gravada na natureza humana, e centrada na união voluntária de um homem e de uma mulher na aliança de casamento para toda a vida. A família natural é definida pelo casamento, procriação e, em algumas culturas, pela adoção. Famílias livres, seguras e estáveis que acolhem com alegria as crianças são necessárias para uma sociedade saudável. A sociedade que abandona a família natural como regra está destinada ao caos e ao sofrimento. A família amorosa volta-se em amor e serviço para a sua comunidade e para aqueles em necessidade. Todas as instituições sociais e culturais devem respeitar e sustentar os direitos e responsabilidades da família”.
Por que como nos tempos de Ló?
Porque, durante a realização do congresso em Verona foi triste observar o quanto a sociedade está parecida com aqueles homens que moravam em Sodoma e Gomorra.
Centenas de pessoas se aglutinaram à entrada para protestar e vaiar os inscritos no congresso. Tudo pacificamente, é claro, mas com veemência e ofensas em palavras.
Charges e memes diversos circularam nas redes sociais desqualificando a proposta do congresso. Mulheres e homens beijando-se mutuamente à entrada para afrontar os idealizadores do evento.
Por que como nos tempos de Ló?
Um segundo fato me fez escrever este artigo sob este título. Desta vez foi o caso envolvendo a atleta Tifanny e Bernadinho.
Após Tifanny marcar um ponto pelo Bauru contra o Sesi-RJ, em jogo das quartas de final da Superliga, o ex-treinador da Seleção Brasileira comentou irritado na lateral da quadra: “Um homem”. A reação do técnico foi flagrada pelas câmeras da transmissão da TV. Depois da grande repercussão do caso nas redes sociais, o técnico pediu desculpas.
Em que Bernadinho errou? Em nada!
Tifanny, biologicamente, é um homem. A ex-atleta Ana Paula entrou no caso e escreveu, corajosamente, na sua conta do twitter que “a ideologia estava superando a biologia”.
Enquanto em Verona o cerco foi visível, o cerco a Bernadinho se deu no campo das redes sociais e do politicamente correto.
Nós que advogamos os princípios judaico-cristãos quanto à família, ao casamento e à sexualidade estamos como Ló. Estamos cercados, boicotados (como aconteceu há alguns anos atrás quando o presidente da fábrica italiana de massas Barilla, disse que não usaria gays nas peças publicitárias da empresa. Foi linchado virtualmente e obrigado a voltar atrás em suas palavras sob risco de ver a queda das vendas dos seus produtos).
O que conforta e nos anima é saber que estamos do lado certo e Deus está conosco, como esteve com Ló e sua família.
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Gilson Bifano
Diretor do Ministério OIKOS. Coach de famílias, escritor e palestrante na área de casamento e família.
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