Falar e calar

“Para tudo há uma ocasião certa… há tempo de calar e tempo de falar.” (Ec 3.1,7)

Certa ocasião, com uma esposa ao telefone, eu lhe dizia: Esta é uma hora em que você deve se calar, ficar quieta, em oração. Esta é a hora do Espírito Santo agir no coração de seu marido.

Alguns dias depois recebo de novo sua ligação. Desesperada, ela dizia: Elizabete, há 4 dias que ele não quer mais falar comigo, discutimos e ele disse que não agüenta mais, que só sei pressionar e fazer cobranças.

Aquela esposa não sabia se calar. E, infelizmente, não é somente aquela esposa que não conseguia ficar calada; muitas esposas e esposos também não sabem.

Quem de nós não conhece alguns casais que estão sempre a discutir e brigar ou a fazer críticas e comentários indesejáveis sobre o cônjuge? Por quê e para quê fazem isto? Se ao menos esta fosse uma boa maneira de resolver os problemas ou consertar o outro…

Penso que a dificuldade de permanecer calado está relacionada a duas questões principais.

A primeira se encontra no campo emocional – na dificuldade de autocontrole. Muitas pessoas não se conhecem, não conhecem seus limites emocionais e, consequentemente, não sabem como controlar suas emoções e nem sua língua. Falam sem pensar, deixando a emoção aflorar. Diante de um sentimento instantâneo, critica, grita ou comenta, até na frente dos outros, magoando o cônjuge, e isto nunca deveria ser feito.

A segunda dificuldade se encontra no campo racional – na dificuldade de pensar e avaliar se vale a pena dizer o que se sente ou entrar numa discussão ou revidar ou responder aquelas palavras inquiridoras ou ofensivas. Diante de um momento assim na vida conjugal, a razão costuma entrar em colapso e a pessoa deixa que o sentimento se sobreponha à razão.

A problemática se dá pela falta de equilíbrio entre os dois campos – emocional e racional. Saber a hora de falar e a hora de calar exige este equilíbrio. É preciso que a pessoa perceba e entre em contato com o sentimento que surge, que saiba identifica-lo e que verbalize isto para seu cônjuge. Em vez de reagir na emoção inicial, usa a razão para avaliar o que está se passando naquele momento e interagir de forma positiva com o outro.

Gálatas 5.22 descreve o fruto do Espírito. Imagino como seria a vida dos casais se permitissem a ação do fruto do Espírito em seus corações e mente. As palavras proferidas e o diálogo entre eles seria transbordado de amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Então, diante de um momento de incômodo por causa de uma palavra mal proferida, diante da irritação do cônjuge, o outro saberia se calar… e orar. Muitos pensam que não se pode incomodar a Deus com certas particularidades da vida conjugal. Isto não é verdade.

Devemos levar a Deus todas as nossas necessidades, seja em que área da vida for. Há uma necessidade muito grande de se pedir a Deus o controle da língua, das emoções. Havendo falta de sabedoria para saber a hora de falar e a hora de calar na vida conjugal, devemos pedir isto a Deus. Sabemos que ficar calado não é um exercício fácil de se fazer no dia-a-dia. Porém, se torna o relacionamento conjugal melhor, vale a pena.

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Por: Psic. Elizabete Bifano

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