Um dia desses estava conversando com minha esposa.
Ledo engano quando pensamos que quando casamos nossos filhos as preocupações irão diminuir.
Filhos continuam sendo filhos, mesmo quando se casam, tem seus próprios filhos e até se tornam avós.
Filhos se casam e formam suas famílias, mas as preocupações dos pais continuam e até aumentam.
Agora nos preocupamos com os genros ou noras e com os netos.
Como disse o Pr. Israel Belo de Azevedo, em um dos encontros promovidos pelo Ministério OIKOS, ser pai ou mãe é uma tarefa inacabada.
Mas, se as preocupações continuam ou até aumentam, precisamos desenvolver alguns conceitos e tentar, mesmo que sejam difíceis, vivenciá-los.
O primeiro deles é que, embora sejam nossos filhos, eles já são adultos e precisamos deixá-los tomar suas próprias decisões.
Quando eram pequenos, nós decidíamos que roupa usar, onde passar as férias, que passeio fazer e o que podia e o que não podia.
Mas, a verdade é que os filhos crescem e já passam ser donos do próprio nariz, como diz o adágio popular.
Um dia desses um colega pastor me procurou e compartilhou algumas de suas preocupações com sua filha. Então em perguntei a idade da menina. Ele me disse que já tinha completado 21 anos.
Falei com este colega que, como pais, podemos sempre orar pelos filhos adultos, orientar, aconselhar, ponderar, mas a decisão de certos rumos da vida estão sem suas próprias mãos.
Eles, os filhos, devem ser, sim, alertados pelos pais sobre as consequências de suas decisões, mas devemos deixar que eles próprios as tomem e arquem com as referidas consequências.
Filhos adultos são, como o próprio nome diz, adultos.
Como pais de filhos adultos, devemos, também, crer que as sementes lançadas em seus corações e mentes, quando eram pequenos e adolescentes, ainda estão lá. É hora de confiar nos ensinamentos que foram ministrados por anos a fio.
Em minhas palestras aos pais, muitas vezes sou perguntado sobre como os pais devem proceder com os filhos adultos que moram na casa dos pais.
É claro que, se o filho adulto, ainda está morando com os pais, estes tem a primazia sobre as normas básicas. Mas pedir que um filho adulto chegue todos os dias as 21 horas, acho um pouco de exagero.
Por outro lado, filhos adultos devem participar do sustento doméstico.
É muito cômodo para muitos filhos adultos trabalharem, terem seus salários mas não participarem das despesas. Assim é fácil! Por isso que temos, nestes tempos a chamada “geração canguru”. É a geração que gostou de ficar em casa no aconchego da casa dos pais, adiando a decisão de se casar e se aproveitando das benesses da casa paterna.
Se resolvem ter o seus próprios espaços, que assumam integralmente com os ônus da decisão.
Na dá, por exemplo, morar no seu próprio AP (apartamento) e levar a roupa pra lavar na casa dos pais ou passar todos os dias para pegar a comidinha feita pela mamãe.
Precisamos capacitar pais e mães para que saibam lidar com os filhos adultos de forma saudável e madura, para o bem de toda a família.
*******
Por: Gilson Bifano