Gosto de mãe

Por dias estive viajando. Nos e-mails e telefonemas para minhas filhas, vez ou outra queria saber se estavam se alimentando adequadamente. A resposta era sempre afirmativa, pois as pessoas que estiveram com elas naqueles dias eram competentes nessa área.

No entanto, ao retornar, me deparei com os “desejos” pela comida da mamãe, pois ninguém tinha sido capaz de fazer igual. É verdade! Nada se compara ao sabor das comidas e quitutes que só a mãe sabe fazer.

Mais de 20 anos se passaram desde que minha mãe morreu e ainda posso me lembrar, com saudade, de sua saborosa comida, que jamais alguém pode fazer igual. É o GOSTO DE MÃE. Também tem o cheiro de mãe, o colo de mãe, o abraço de mãe, mas não vem agora ao caso. Por enquanto basta falar no gosto de mãe.

Estamos vivendo dias em que precisamos viver de modo prático. A correria do dia-a-dia faz com que tenhamos a tendência de economizar tempo em todas as área da vida, inclusive na cozinha. As massas prontas, os molhos preparados, as caixas com receitas semi-prontas, os frangos assados, pratos congelados. É Muito prático comprar o mais pronta possível no mercado, descongelar e aquecer.  Para muitas famílias já é tão comum encomendar a comida num restaurante ou almoçar nele aos domingos, principalmente. Mas… e o gosto de mãe?

Alguns podem estar pensando, mas que nostalgia. Até pode ser, mas as vezes fico pensando se algum dia as mães não irão se tornar objeto de segunda necessidade. Ela não precisa mais cozinhar, pode comprar tudo pronto. Ela não dispõe mais de tempo para criar filhos, pois tem de trabalhar. Não é mais sua tarefa (e do pai) educar os filhos, é da babá, da avó, da escola ou da creche porque a criança passa o dia lá. Daqui mais uns anos ela não vai precisar nem mais gerar filhos, a clonagem será uma opção. Exagero !! Será?

Onde ficará o gosto de mãe, cheiro de mãe, abraço e colo de mãe?

Não é que esteja errado comprar comida pronta ou ir a um restaurante. O problema é que estamos perdendo os laços. Laços, gostos, abraços, conversas ao redor da mesa. É importante ter consciência de que quando fazemos o bolo, o pudim ou a lazanha preferida de um de nossos filhos ou do esposo, estamos passando, numa linguagem não verbal, uma grande medida de afeto, consideração e amor por aquela pessoa. E que gosto tão especial tem isto! O gosto peculiar do amor de mãe, de amor pela família. Precisamos estar atentos as pequenas coisas que vão corroendo os alicerces da vida familiar e o abrir latas e comer mecanicamente em frente à TV pode ser uma delas. Muitas vezes Jesus ensinou preciosas lições aos seus discípulos quando estavam reunidos em torno de uma refeição. Ele não é um grande exemplo a ser seguido?

Que tal no próximo fim de semana, algo bem gostoso, com gosto de mãe e a família toda reunida ao redor de uma mesa?

Ah, a propósito, será que poderia haver também gosto de pai, cheiro de pai, abraço de pai e colo de pai?

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Por: Psic. Elizabete Bifano

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