Intimidade no casamento

A melhor definição para “intimidade” é: “Vida doméstica, cotidiana, vida íntima. Amizade íntima, aconchego, ausência de cerimônia, familiaridade. Relação muito próxima, contato sexual, ambiente onde se tem privacidade, tranquilidade. Aquilo que é extremamente pessoal, que diz respeito aos atos, sentimentos ou pensamentos mais íntimos de alguém; as partes íntimas da anatomia humana”.

O poder da intimidade é o que mais queremos dentro de um relacionamento. Esse poder traz empatia e cumplicidade com nosso parceiro. O Criador arquitetou o relacionamento em que dois seriam uma só carne e dentro dela o potencial para a intimidade sexual. Esse potencial genuíno tem um poder para curar, renovar, retocar, restaurar e sustentar o relacionamento conjugal.

Aí se pergunta: Todo encontro sexual não é uma forma de intimidade? O que pode ser mais íntimo do que o ato sexual? Um provérbio melancólico dos antigos romanos para essa pergunta é: “POST COITUM OMNE ANIMAL TRISTE”, que quer dizer “toda criatura fica triste depois da relação sexual”. Dessa forma há fragilidade no relacionamento quando dois seres tentam curar sua solidão numa fusão temporária de corpos.

Homens e mulheres que tentam sufocar sua solidão e ansiedade através de encontros sexuais inconsequentes, têm como resposta lógica uma sensação de vazio e uma tristeza torturante. Essa relação ou encontro é destituído de intimidade real e contínua, que somente é possível quando os dois assumem um compromisso mútuo. Essa falta de intimidade também faz da sexualidade no casamento algo impessoal.

A solidão torna-se maior (solidão a dois) e o que deveria se tornar profundo se torna uma relação insatisfatória. A intimidade precisa ser exercitada com amor, paciência e muita tolerância.

O casal que não se vê nesta posição não vive a verdadeira intimidade, que não é apenas sexual, mas emocional, mental e espiritual. Esse contato não precisa ser unicamente sexual. Um se achega ao outro pela empatia na conversa, troca de afeto, cumplicidade no olhar, aconchegando-se um ao outro enquanto dormem, vestindo-se etc… isso faz parte de um relacionamento amoroso.

A prática da ternura, gestos amorosos, contatos físicos frequentes, afetuosos, pensamentos compartilhados, sentimentos dados e repartidos, apoio e confiança mútuos. Tudo isso é intimidade. Valorização do corpo que leva a uma intimidade tão cheia de substância e permanente que ninguém interfere nela. Há uma sensação de pertencer, os dois unidos para o que der e vier. Apesar das brigas particulares, nunca se fica contra o parceiro. Forma-se uma barreira compacta, que caso alguém queira interferir terá que enfrentar o casal e não apenas um. Quando um se magoa, o outro enxuga as lágrimas.

Vocês descobrirão que pertencem um ao outro. E que a aliança feita pelo SENHOR só se desfaz com a morte. Você vai descobrir que vocês se pertencem, têm um aliado. O casamento com essa intimidade é o melhor lugar para entender essa sensação boa de pertencer.

COMO A INTIMIDADE DEVE SER ALIMENTADA:

Por uma relação sexual contínua, satisfatória e sensual caracterizada pela ternura e sentimento de serem amados por aquilo que são. Quando o sexo é dessa forma, aparece um cortejo de benefícios emocionais. As mágoas ficam menores, a alegria e o otimismo jorram, uma sensação de paz e segurança invadem os dois. Eles conseguem estar alertas e sensíveis às flutuações dos sentimentos, e às necessidades e bem-estar do outro. Se um se zanga com o outro, a situação é resolvida com mais rapidez.

O desenvolvimento da verdadeira intimidade faz o casal passar em segurança pelos primeiros anos de casamento. A adaptação leva mais ou menos 3 anos. Nas horas difíceis, nas pressões do dia a dia e nos problemas externos, a intimidade nunca deve deixar de ser alimentada com palavras de ternura. É o eterno exercício da paciência mútua. Num período de doença ou incapacidade física, deve-se ajustar a intimidade sexual.

Na velhice, a intimidade sexual deve continuar sendo enriquecedora, agradável e tranquilizadora. Por outro lado, quando não há esse tipo de compensação, sinais indicam o fracasso em desenvolver uma intimidade verdadeira. Tédio com o casamento, desinteresse pelo sexo, sentimento de frustração porque a lua de mel acabou. A tentação que assalta os dois de procurar em outro lugar a intimidade que desejam intensamente.

FATORES QUE ATRAPALHAM A INTIMIDADE

Mania de criticar Preste atenção no que diz.

Muitos criticam achando que conseguem produzir melhora na aparência ou comportamento do outro. Reclamações constantes são contraindicadas para uma boa intimidade. Substitua essa atitude por palavras de elogio e ânimo.

Raiva ou ressentimento Máscara de mágoas e ira amontoadas que jamais são expressadas abertamente.

Finge-se que o problema não existe. Neste caso a discussão (bem feita) representa um esforço de alcançar o outro. Você espera ser compreendido. É melhor ter um carinho negativo do que a total indiferença. Ela é verdadeira inimiga do amor. Estabeleça regras para suas discussões para que elas sejam saudáveis.
Regra nº 1: faça um acordo em que ambos continuarão falando, apenas um de cada vez, até entrarem num consenso e encontrarem a resolução do problema.
Regra nº 2: um acordo de limitar a discussão ao conflito atual sem trazer à tona fracassos anteriores de qualquer um dos dois.

Falta de confiança no companheiro ou em si mesmo Ter intimidade e trocar significa dar algo ao outro.

Pessoas que têm uma autoimagem deficiente podem sentir que nada têm a oferecer e tentar esconder esse fato mantendo-se distante daquelas que lhe são mais próximas. Às vezes essas pessoas evitam o envolvimento por terem sido feridas por relacionamentos íntimos, geralmente eram crianças ou jovens demais para compreender e resolver o acontecido. Quando esse problema ocorre, necessita tempo e paciência amorosa por parte do cônjuge.

Fracasso na comunicação:

A comunicação requer um amor que escute, bem como a disposição de ser vulnerável, de tentar colocar em palavras aquilo que se está sentindo. Falar com mansidão na hora certa.

Insegurança quanto à aparência física Existe uma correlação direta com a percepção negativa do próprio corpo e a inibição da intimidade (sexual). Não se pode compartilhar até o quarto, quando se tem vergonha do próprio corpo e se tenta encobri-lo o tempo todo. As respostas sexuais naturais também se inibem quando se concentra nas imperfeições físicas, ao invés de pensamentos sensuais e agradáveis.

Fazer o papel de expectador:

Nós terapeutas usamos esse termo para definir a excessiva preocupação da pessoa em observar apreensivamente o próprio corpo durante a relação sexual. É preciso voltar a atenção para as emoções e sensações e desfrutar o prazer.

Desenfatizar o valor do sexo:

Algumas pessoas acham que o sexo é um tipo de imaturidade. Volta sua atenção para outra coisa.

Sexo previsível, mecânico:

Sexo rotineiro como escovar dentes e mecânico como colocar carta no correio. Variação de lugar, cidade, variar as horas, maneiras de abordar, enfatizar a ternura e a sensualidade.

Falta de sensibilidade:

Demonstrar sensibilidade às necessidades e aos desejos do outro. Ex: marido que exige sexo após uma discussão que ficou sem solução, com criança gritando do lado ou a esposa que corre pra ver se não deixou a carne queimando no fogo ou sempre atende telefone da mãe… etc.

Ausência de contato físico:

“Manter-se em contato” ex. beijinhos, olhares, sentar-se juntinho, tocar o rosto ou braço com delicadeza, sentir o perfume encostando sutilmente o rosto. Isso retém a sensação de se sentirem amados. O sexo não pode satisfazer todas as necessidades físicas e de afeição.

Excesso de televisão, celular e computador:

As pessoas absorvidas na TV não têm motivação nem energia para desenvolver um relacionamento íntimo. A TV promove passividade. Às vezes esse mecanismo é usado para evitar o sexo.

COMO CONSEGUIR INTIMIDADE

Amor Estabelecer confiança mútua:

não se pode edificar a intimidade quando se teme expor as próprias necessidades e fraquezas. Como o comportamento humano é organizado em torno do processo de buscar o prazer e evitar a dor, deve-se tratar o cônjuge de forma que para ele ou ela você sempre represente o prazer e não dor emocional.

Olhem o que a palavra de Deus mostra como estabelecer a confiança. O amor cobre multidão de pecados (I Pedro 4:8). O amor edifica (I Coríntios 8:1).
1. Não dê atenção aos erros e nunca critique
2. Sempre encoraje e dê ao seu parceiro a dádiva preciosa da compreensão e simpatia. Criticar pode ser o golpe mortal para o amor e a intimidade. Ela nunca faz ninguém vir a ser melhor.

Sensualidade:

É a necessidade de que alguém nos segure, afague, acaricie e toque. Não deve ser confundida com sensualismo que é uma preocupação com o físico, em oposição ao intelectual e espiritual. Estamos falando do toque, como meio de satisfazer as necessidades profundas do ser humano.

Essa é uma prática saudável: Quase todos os cm quadrados do corpo têm a capacidade de se tornarem eróticos e os cônjuges devem usar as mãos e os dedos para tocar, afagar, massagear, traçar os contornos do rosto delicadamente, acariciar todas as partes do corpo do outro.

Sexualidade:

Para edificar uma boa intimidade é preciso se relacionarem como amantes. Não como hábito ou dever. Essa união boa e dada por Deus expressa e relembra a ocasião em que se apaixonaram, o drama do namoro e isso traz à memória o frescor da juventude. Os amantes evitam a rotina monótona em sua vida sexual. Eles praticam a variedade na frequência, posição, disposição, passam tempo juntos, caminham ou conversam na intimidade do lar, aprendem a comunicar sutil ou diretamente seus desejos e segredos no ouvido do outro… preparar-se para a entrega de uma forma natural e fazer da experiência amorosa mais bela e prolongada possível.

Após o ato sexual, quando ainda estão um nos braços do outro, pode-se falar da história de seu amor, um acerca do outro, algo íntimo e animador, talvez alguns sonhos e metas que nunca mencionaram antes, é uma hora para riso privado e agradecer a Deus pelo excelente marido ou esposa e gratos pela forma como Deus os abençoou até em seu relacionamento íntimo.”

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Por: Psic. Marluce Nery 

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