Jesus e as mulheres


Como Jesus via as mulheres? Como Ele tratava as mulheres? Como elas respondiam a Ele?

O Evangelho de Lucas fornece as respostas para essas perguntas. Vinte e quatro vezes em Lucas, Jesus encontrou uma mulher, falou sobre uma mulher ou mencionou uma mulher em uma parábola. Todas essas 24 vezes são instrutivas e positivas.

As palavras acolhedor, sensível e afirmador resumem o que Lucas e o exemplo de Jesus Cristo nos ensinam sobre Jesus e as mulheres.

JESUS ERA ACOLHEDOR

Jesus aceitava os dons de serviço amoroso e gentileza que as mulheres lhe ofereciam.
O livro de Lucas é incomum entre os livros antigos do mundo. Lucas teve o cuidado de registrar as respostas emocionais e físicas de uma mulher durante a gravidez. Lucas detalhou o relato do primeiro encontro de Isabel com Maria, que estava grávida de Jesus. Lucas escreveu: “A criança saltou no seu ventre” (Lucas 1:41). Maria, respondendo às palavras de Isabel, proclamou: “Minha alma engrandece ao Senhor, e meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (versículos 46-47). Lucas também registrou a gentileza de Maria ao envolver o recém-nascido Jesus em faixas e deitá-lo numa manjedoura.

Não conheço outro livro da antiguidade que se preocupa tanto com os sentimentos de uma mulher ao gerar e cuidar de um filho. Mas Deus achou essas coisas importantes o suficiente para incluí-las em Sua Palavra eterna.

O senso de masculinidade de Jesus nunca foi ameaçado pela ternura de uma mulher. Lucas conta sobre a mulher que entrou em um banquete, ajoelhou-se e chorou aos pés de Jesus, lavando-os com suas lágrimas e ungindo-os com perfume antes de enxugá-los com seus cabelos (Lucas 7:36-50). Esse foi seu ato de arrependimento. Jesus permitiu que ela fizesse isso sem qualquer sinal de repulsa ou constrangimento.

Nenhum rabino da época de Jesus incluía mulheres entre seus discípulos. Mas Lucas relata que Jesus incluiu mulheres no seu círculo de seguidores – até mulheres de históricos duvidosos.

As mulheres serviam Jesus de formas únicas. A casa de Maria e Marta era um refúgio, onde Jesus se recuava das multidões que buscavam pão, milagres e curas (Lucas 10:38-42).

Lucas escreveu sobre a multidão que conduziu Jesus ao Gólgota. As “filhas de Jerusalém” seguiam-no, chorando por Ele, enquanto seguiam a Via Dolorosa (Lucas 23:27-29).

O que aconteceu na Crucificação? Os discípulos fugiram, inclusive Pedro – aquele que disse: “Nunca te abandonarei; irei contigo até a morte” (Lucas 22:31-34). Mas as mulheres permaneceram, em silêncio, aos pés da cruz. O que mais poderiam fazer? Absolutamente nada além de estar ali.

A vida não mudou. Muitas pessoas sentem-se penduradas numa cruz – cruz de doença, enfermidade mental, dificuldade física, emocional ou financeira. Às vezes, o melhor que se pode fazer é simplesmente estar presente. As mulheres estavam lá para Jesus, naquele momento, até que a morte O libertou.

Mesmo após a morte de Jesus – enquanto os discípulos escondiam-se atrás de portas trancadas com medo dos romanos – as mulheres prepararam especiarias para ungir Seu corpo para um sepultamento apropriado. Elas foram ao túmulo, sem saber como removeriam a pedra. Ainda assim, foram de madrugada — enquanto ainda era escuro — para fazer o que podiam.

Desde o momento em que o Filho de Deus entrou em nosso mundo como um bebê frágil até as horas finais antes de Sua ascensão, as mulheres serviram a Jesus. E Jesus aceitava esses dons de amor, não porque eram um privilégio dado por Deus ao homem. Ele os aceitava porque eram ofertas de serviço inteligente e fiel ao Pai Celestial.

JESUS ERA SENSÍVEL

Jesus era sensível aos obstáculos sociais e religiosos que as mulheres enfrentavam – e aliviava esses fardos. Ele era compassivo e cuidadoso.

Certa vez, Jesus foi à casa de Pedro e a sogra dele estava doente. No Oriente Médio, mesmo que a dona da casa esteja doente, ela se levanta para servir o convidado homem. Mas Jesus não era um hóspede comum – era um rabino, mestre da Lei. Ele poderia simplesmente entrar, sentar-se e exigir: “Onde está meu chá?”. Mas não fez isso. Em vez de exigir privilégios de hóspede, foi até a sogra de Pedro e impôs as mãos sobre ela. Ele se recusou a ser servido antes de servi-la.

Outra vez, Jesus ressuscitou o filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-17). A situação das viúvas, sem parentes homens, naquela cultura, era trágica. Ao ver o cortejo fúnebre, Jesus percebeu que aquela mulher estava sozinha. Por compaixão, tocou o jovem morto e o devolveu à vida.

De forma ainda mais poderosa, vemos em Lucas Jesus se opondo ao preconceito e ao abuso da religião organizada contra as mulheres. Em Lucas 20, defendeu as viúvas contra a ganância dos fariseus. Mas, talvez, o exemplo mais marcante está em Lucas 13, quando Jesus cura uma mulher em plena sinagoga no sábado.

Na sinagoga em Cafarnaum, Jesus estava cercado de homens – era um espaço masculino. Enquanto ensinava, viu, lá no fundo, uma mulher encurvada havia anos, presa por um espírito maligno. Jesus fez algo revolucionário:

Primeiro, chamou a mulher do fundo do espaço reservado a mulheres para a frente, junto dos homens.
Segundo, rompeu a tradição ao falar diretamente com ela – algo inusitado para um rabino.
Terceiro, impôs as mãos sobre ela. Naquele tempo, certos fariseus, chamados “pretejados e azulados”, evitavam até olhar para mulheres, andando de olhos fechados para não pecar!
Quarto, Jesus afirmou o valor daquela mulher na sociedade. Ele disse: “Esta não é uma simples mulher, mas uma filha de Abraão” (Lucas 13:16).
Assim, restaurou a posição social dela. Jesus arriscou sua reputação e vida, desafiando os costumes culturais para tratar aquela mulher com bondade e misericórdia – atitude que acabou levando-o à Cruz.

JESUS ERA AFIRMATIVO

Jesus mostrava às mulheres que elas eram inteligentes e dignas do amor e cuidado de Deus. Nenhuma vez, em todos os Evangelhos, Jesus rebaixou uma mulher.

Eu gostaria de dizer que nunca contei uma piada depreciando uma mulher, nunca olhei com desdém, nem disse “isso é coisa de homem; cuide da sua vida”. Mas, infelizmente, a maioria dos homens já fez isso. Jesus, porém, nunca fez. Da infância até a ascensão, Jesus exaltou e afirmou as mulheres.

Lucas 1–2 mostra o nascimento e primeiros dias de Jesus. Em muitas culturas, quando nasce um menino, os homens comemoram com o pai. Se for menina, as mulheres se compadecem da mãe. No entanto, na história de Jesus, Maria é reconhecida e celebrada, até mais que José. Na apresentação de Jesus no templo, é Ana, a profetisa, quem é destacada (Lucas 2:36-38). No episódio do templo, aos 12 anos, Maria repreende Jesus pelo sumiço; Ele responde com respeito (Lucas 2:48-49).

Jesus frequentemente exaltava mulheres como exemplos de fé. Na casa de Simão, o leproso (Lucas 7:36-50), enquanto os importantes se reclinavam à mesa, uma mulher, vista como pecadora, unge os pés de Jesus com lágrimas e perfume. Jesus repreende o anfitrião e honra a mulher, dizendo que ela vai embora justificada.

Em Lucas 10, na casa de Maria e Marta, ao invés de valorizar apenas o serviço de Marta, Jesus convida-a a também aprender — dizendo que todas as mulheres têm direito ao ensino de Deus.

Jesus contou parábolas sobre mulheres, sempre elevando seu status. Na parábola da dracma perdida (Lucas 15), a mulher é retratada como diligente e capaz.
Na parábola da viúva persistente (Lucas 18), ela é determinada a exigir seus direitos.

Quando Jesus e os discípulos veem a viúva ofertando duas moedas no templo (Lucas 21), Ele destaca sua generosidade acima de todos.

Ao contrário do padrão cultural, Jesus nunca explorou mulheres. Ele foi o único homem a conversar abertamente com a mulher samaritana no poço (João 4), ultrapassando todas as barreiras sociais. Mesmo sendo exposta, ela jamais se sentiu ameaçada ou humilhada por Ele — Jesus a elevou, cobrindo-a com a justiça divina.

Seus discípulos nada disseram porque em Jesus há uma masculinidade segura, livre da necessidade de rebaixar mulheres. Ele nunca as intimidou ou ameaçou sexualmente, nem se sentiu ameaçado por elas. Não houve olhar lascivo, gracejo vulgar — nada a provar, pois era cem por cento homem.

Por isso, homens e mulheres se sentem igualmente atraídos por Jesus. Ele elevou toda mulher que se aproximou Dele. Mulheres veem em Jesus o homem que gostariam de conhecer. Homens, o exemplo que deveriam seguir.

CONCLUSÃO

Vivemos num mundo que idealiza mães e mulheres apenas em datas especiais. No Dia das Mães damos cartões e presentes. Mas, no dia seguinte, tratamos as mulheres como se fossem inferiores, reduzindo-as a tarefas domésticas.

Os Estados Unidos têm uma das maiores taxas de violência contra mulheres e abuso de meninas. Em muitos aspectos, pouco podemos criticar do mundo muçulmano.

Jesus, ao contrário, tratou Sua mãe e todas as mulheres com profundo respeito. Honramos todas as mulheres demonstrando o mesmo amor e respeito que Jesus teve com elas.

As mulheres foram maltratadas e rebaixadas — às vezes de modo cruel — por homens, mas Jesus é o homem perfeito, o modelo que toda mulher deveria conhecer e que todo homem deveria buscar ser.

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Por: Doug Clark

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