Num dia desse, fui pescar com meu neto, Samuel, de três anos.
Vara apropriada, iscas adequadas e lugar propício para se pegar bons peixes.
Entre um arremesso e outro conversamos muito.
Lembrando daquela orientação da Palavra de Deus de que devemos falar do próprio Deus a todo o momento, ao levantar-se, andando pelo caminho, sentado à mesa e ao dormir, comecei a contar histórias da Bíblia para ele (Dt 11.19).
Também se lembrando da sabedoria de Jesus, procurei contar histórias da Bíblia que estavam ligadas à pesca, ao mar.
Contei duas histórias, uma do Velho e outra do Novo Testamento.
A do Velho, como estávamos numa praia, contei a história de Jonas. Falei de como Jonas recebeu, de Deus, uma ordem para ir a uma cidade e foi para outra. Dei ênfase quando o grande peixe (desculpe-me os mais detalhistas não usei a palavra leviatã não, foi a uma baleia mesmo) que vomitou Jonas na praia. A cena do vômito foi dada com bastante vibração e interpretação, de forma que ele pedia para repetir a história e para dar uma ênfase especial na parte do vômito.
Depois contei a história da Pesca Maravilhosa (Lc 5.1-10) e falei que Pedro e seus amigos eram bons pescadores, mas que numa noite inteira, apesar de muitos esforços e conhecimento de Pedro sobre pescaria ele e seus amigos não tinham pegado nada. Foi quando Jesus apareceu e pediu para Pedro jogar a rede do lado direito. Pedro tentou argumentar com Jesus, mas por fim obedeceu. Para sua alegria, a rede de Pedro estava cheinha de peixe e eles foram para casa com muita alegria porque tinham saído para pescar e pegaram, com a ajuda de Jesus que apareceu para eles, muitos e muitos peixes.
Ao contar essa história bíblica já estávamos há algumas horas só tendo o esforço de lanças os anzóis e nada de peixe. Ai, como a cabeça de criança trabalha de forma concreta, depois de ouvir falar que Jesus tinha aparecido a Pedro, meu neto vem com aquelas perguntas clássicas de crianças e disse: “Vovô, e quando Jesus vai aparecer para você?”
Ai eu tive que explicar o princípio da história que é a obediência, mas no fundo mesmo eu gostaria que Jesus me desse, pelo menos uma dica onde jogar a isca e pegar pelo menos um peixe graúdo para almoçar naquele dia, mas Jesus não apareceu e nem me deu uma dica e voltei zerado para casa naquela manhã de sábado.
Mas voltei, acima de tudo feliz, porque tive a oportunidade de passar um bom tempo com meu neto Samuel e contar-lhe algumas histórias sobre o valor da obediência, tanto de Jonas como a de Pedro.
A pesca foi maravilhosa sim porque tive a oportunidade de vivenciar o ensino bíblico de que devemos falar para os pequeninos da nossa família o grande poder do Deus da Bíblia e que quando o obedecemos, de coração, ele se agrada e faz maravilhas em nossa vida.
Hoje as crianças estão sendo bombardeadas com histórias de super-heróis, de bruxas e fadas e os pais e avós cristãos não podem perder nenhuma oportunidade de falar de Deus, de Jesus e o melhor livros de histórias é a Bíblia, a Palavra de Deus.
Não pesquei nada, Jesus não apareceu para mim, mas a nossa pesca também foi maravilhosa.
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Por: Gilson Bifano
Escritor e palestrante na área de casamento e família.