Joelhos ralados e palavras duras

Um dia desses estava no parquinho com meus netos e vi uma daquelas cenas que a gente fica triste de presenciar, mas não pode falar nada. Apenas lamentar e orar.

O garoto, um menino de uns 8 anos, numa dessas brincadeiras de crianças, apostou corrida de bicicleta com outros quatro colegas.

Já podem imaginar o que aconteceu?

O menino caiu e levou um belo tombo. Resultado? Joelhos ralados.

O pai, ao saber do acontecido, veio furioso e lançou, aos gritos, sobre seus ouvidos, palavras bem duras e humilhantes.

Confesso que fiquei com muita dó do menino. Mais pelo que ele ouviu do que pelos joelhos ralados.

Fiquei a pensar que talvez, sim, tenha sido um tombo feio e levaria alguns dias para aquelas feridas se curarem.

Mas, também fiquei a pensar que aquelas palavras, ditas por aquele pai, não sairiam facilmente da memória, e, acima de tudo, do coração daquele menino.

Lembrei-me da minha Susanne que até hoje tem cicatrizes em seus joelhos, fruto de alguns bons tombos.

Susanne ralava tanto os joelhos que comprei um livro do Ziraldo, “Joelho Juvenal”. Hoje essa história está até no YouTube. Basta fazer uma rápida pesquisa.

Claro que os pais não querem que seus filhos quebrem o braço, tenham joelhos ralados, mas essas cicatrizes só as tem quem teve uma infância cheia de aventuras.

Crianças que ficam direto em frente a um computador nunca vão ter joelhos ralados.

Crianças caem e se machucam. É normal.

Os pais devem, em momentos tensos, como o exemplificado na introdução do artigo, ter muito cuidado com as palavras que usam.

Joelhos ralados antigamente os pais usavam merthiolate e tudo se resolvia. Só que os merthiolates de hoje são nutelas, com dizem por ai. Algumas décadas atrás, o negócio ardia. Eram dois choros. O do tombo e o do Merthiolate.

Mas, para palavras duras, que ralam o coração, afetam negativamente autoestima não tem merthiolate que cure rapidamente.

Talvez, aquele menino nem se lembre, daqui alguns anos, daquele tombo, mas, tomara que não, das palavras ditas pelo pai, aos gritos, não esqueça facilmente.

O merthiolate nesse caso é o pai ao chegar em casa, cuidar do joelho Juvenal, abraçar o filho, perguntar um pouco como foi a corrida de bicicleta e pedir perdão pelas palavras duras.

O que os pais falam para os filhos ficam em seus baús de memórias, moldam a autoestima e afetam a formação de suas personalidades.

Na corrida da vida, tal como aquela disputa de corrida de bicicleta, há riscos, mas é preciso ter coragem para arriscar, saber levantar quando se cai e retomar a caminhada.

Nossas palavras, como pais, cônjuges, avós tem poder para dar vida ou mortificar as relações familiares.

Por isso, o sábio em Provérbios 15.4 diz que a palavra amável é árvore da vida.

Que nos momentos tensos em família, peçamos muita sabedoria a Deus para o uso das nossas palavras.

Que não firamos, mais ainda o outro, com palavras duras, desnecessárias, que ralam a alma e o coração.

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Por: Gilson Bifano

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