“O aviador” e a doença emocional

“O Aviador” (The Aviator, EUA, Japão e Alemanha, 2004), é um filme (Netflix, Prime Video e Disney+) bastante interessante. Apesar da história longa, atrai pelas cenas de efeitos especiais, pela garra do personagem principal, interpretado por Leonardo DiCaprio e, principalmente por se basear na história de vida de Howard Hughes – homem admirável, que lutou contra os limites mais profundos de sua personalidade doente.

Fogem ao conhecimento de muitos indivíduos e de muitas famílias informações sobre as doenças psicossomáticas e psiquiátricas. Elas existem mesmo, apesar de muitos não quererem acreditar, ou por puro preconceito, ou por medo de enfrentar a verdade, ou por alienação num “mundo” ideal.

O fato é que famílias inteiras podem estar sofrendo com as conseqüências de uma destas doenças, sem muitas vezes se aperceberam delas.

As doenças psicossomáticas – alergias, dermatites, gastrites e úlceras, entre outras – são mais comuns do que muitos querem acreditar. A grosso modo, poderíamos dizer que, por receber grande carga de estresse, desencadeado por qualquer fator, e por não estar com energia emocional e psicológica suficiente para lidar com esse estresse, o organismo absorve o impacto emocional e adoece. Certamente que não podemos classificar todas as doenças físicas como doenças psicossomáticas; nem tampouco as ignoraremos por isso. Uma boa conversa com um médico e exames poderão ser ferramentas essenciais para debelar dúvidas.

As doenças psiquiátricas – Depressão, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), Esquizofrenia, entre outras – são doenças que atacam o funcionamento cerebral dos indivíduos, causando mudanças bruscas de comportamento, alteração exagerada do humor, descontroles, hábitos repetitivos e compulsivos, entre outros. Mais uma vez, a consulta médica torna-se necessária para uma avaliação dos sintomas e tratamento adequado.

O que não se pode mais fazer é ignorar as evidências e cruzar os braços diante de um destes desafios.

Hoje, mais do que nunca, é possível lutar e vencer as doenças. As de fundo psicológico ou psiquiátrico, também! Os medicamentos estão cada vez mais eficazes e menos agressivos no tratamento das disfunções cerebrais.

As pessoas que sofrem de depressão, síndrome do pânico, TOC, etc., precisam de ajuda, não de condenação. Precisam de compreensão, não de ser ignoradas.

Perceber que uma pessoa da família está emocionalmente doente e procurar meios de ajudá-la é salvar a família inteira. E olha que não falo de uma pessoa qualquer: falo de questão dentro da família. Falo de pessoas queridas e amadas.

Quantos casamentos já foram destruídos e famílias separadas por essa causa! Já vi e tive conhecimento de muitos, infelizmente! Casamentos que poderiam ter sido salvos. Famílias que poderiam se tornar harmoniosas. B astava alguém perceber o outro doente.

Vivemos no ano 2025, não no ano de 1920, época base do filme. É hora de lidar com os fatos.
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Por: Elizabete Bifano

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