Às vezes uma tragédia nos dá oportunidades tremendas de fazer certas reflexões voltadas para os relacionamentos familiares.
Nunca me esqueço, e já escrevi sobre o fato, das últimas ligações feitas pelas pessoas que sabiam que estavam presas no World Trade Center, após os atentados de 11 de setembro. Elas sabiam que iram morrer e ligaram para seus familiares e declararam o amor pela família.
Quando aconteceu a tragédia na Ásia, no final do ano passado, me impressionou a coragem de uma mulher que correu em direção às ondas gigantes para salvar seus filhos.
Também me chamou atenção a história de um menino que aguardou por vários dias o socorro. Depois de salvo, ele disse: “O que me fez lutar pela vida foi a certeza de que meu pai viria me buscar.”
Ainda sobre a tragédia na Ásia, guardo uma foto interessante. A foto é de um casal em lua-de-mel numa daquelas ilhas paradisíacas. Na última foto tirada pelo casal havia, na face de cada um, só alegria e felicidade. Eles tiveram poucos dias de casados. Com certeza, não sabiam que seria o último dia de suas vidas. Resolvi, só agora, escrever sobre a foto porque acabei de ouvir a música “O que você faria?”, composta por Lenine e Paulinho Moska. Num dos trechos, os poetas perguntam: “Meu amor o que você faria? Se só te restasse um dia. Se o mundo fosse acabar. Me diz o que você faria?”.
Se pudesse ter essa capacidade, o que você faria?
Já que estamos conversando sobre família, o que você faria se soubesse que seria o último dia de um dos membros da sua família? Você, filho, o que faria? Pai e mãe, o que vocês fariam em relação aos seus filhos? O que você diria ao seu esposo ou à sua esposa? Daria aquele abraço que não foi dado quando seu filho saiu para a escola? Diria aos seus pais: “valeu, pai! Valeu mãe”. E você, marido, daria aquelas rosas que tanto sua esposa desejou? Daria também aquele beijo apaixonado? Abriria, durante todo o dia, a porta do carro para ela entrar? Talvez orariam juntos? E você esposa, o que você faria para agradar seu maridinho?
Mas a realidade é bem outra. A verdade é que não sabemos quando será nosso último dia e nem dos nossos queridos familiares. Nós nunca sabemos se voltaremos para casa e reencontraremos nossos queridos. Por isso, não dê espaço para que um dia o remorso domine seu coração. Sabe aquela conversa que você está querendo ter com seu pai há muito tempo? Sabe aquelas rosas que sua esposa está desejosa de receber das suas mãos há tantos anos? Aquele abraço gostoso, aquela palavra de gratidão, de afeto e reconhecimento? Aquela comidinha preferida…
Faça agora mesmo. Não se preocupe se ele ou ela morrerá de coração. Se morrer assim, morrerá de alegria. Mas isso não acontecerá, eu garanto. O que posso garantir é que seu relacionamento com seu pai ou mãe, com seu filho, com sua esposa ou esposo ficará melhor e você fará o outro feliz e também sentirá uma alegria tremenda. Garanto que seu casamento será melhor. Sua família ficará mais saudável.
O que você está esperando?
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Por: Gilson Bifano
