SOS aos pastores

Um dia desses estava reunido com minha esposa e mais uma integrante de nossa equipe pensando num determinado evento do Ministério OIKOS. A tarefa era escolher um pastor para ser o conferencista de um congresso. Um nome foi lembrado. Imediatamente fui até o site do referido pastor para saber como poderia ser feito o contato. Sendo um pastor evangélico, de ministério itinerante, muito conhecido, sabia que o contato teria quer ser feito com bastante antecedência. Confesso que fiquei preocupado com a dinâmica de trabalho deste pastor. Na sua agenda de dezembro de 2012, por exemplo, além dos cuidados com sua igreja, pois se trata de um pastor titular, ele tinha compromissos, literalmente, do primeiro ao vigésimo dia. Na semana seguinte, entre o natal e ano novo, três outros compromissos estavam agendados. Detalhe, os compromissos eram em cidades diferentes, de cinco estados do Brasil. Outro detalhe, em muitas destas cidades não me consta que há aeroportos para facilitar a locomoção.

No mesmo dia, li um texto de uma revista cristã americana voltada para pastores e líderes cristãos dando conta dos seguintes dados de uma pesquisa.

Segundo a pesquisa, 97% dos pastores americanos se acham inadequados para os desafios que enfrentam. 80% dos pastores afirmaram que o ministério pastoral teve um efeito negativo na vida de seus filhos e em seus casamentos. Em cada 100 pastores, 70 afirmam ter sintomas de depressão. 65% afirmaram que pensam seriamente deixar o ministério. 70% dizem não ter um amigo próximo. 34% dos pastores tem algum comprometimento com pornografia. Mais de 100 pastores deixam o ministério mensalmente, nos EUA.

Acabei de ler um abençoado livro escrito por Wayne Cordeio, publicado pela Editora Vida. O titulo é bem sugestivo: “Andando com o tanque vazio?”. Neste livro Wayne Cordeiro relata sua experiência com a síndrome de Burnout. Para quem não sabe, a Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como “um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”.

No ano passado, num retiro para mais de 150 pastores batistas, falei sobre as características da síndrome de Burnout. Depois da palestra, muitos deles confessaram, assustados, que nunca tinha ouvido falar nesta síndrome, mas que achavam que os sintomas estavam presentes em suas vidas.

Quando leio e escrevo sobre o tema, penso em mim mesmo. Não estou imune às pressões que todos os pastores tem em seus ministérios. Preciso, confesso, fazer alguns ajustes. Por trabalhar com famílias, preciso, antes de tudo, cuidar de mim mesmo, do meu casamento e da minha família. Às vezes fico tentado aceitar mais de dois compromissos de final de semana por mês, mas não devo, por mais que a família precisa ser defendida dos ataques do Diabo.

Wayne Cordeiro, por exemplo, num trecho do livro adotou uma regra que serve para todos os pastores. Um compromisso à noite, durante a semana, ok. Dois compromissos em sequência, tudo bem. No terceiro compromisso, somente com a autorização da esposa. Quatro? Nunca! Você tem coragem de estipular para si esta regra?
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Autor: Gilson Bifano

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